Debate

Pastora da educação ‘baseada na palavra de Deus’ é demitida do MEC

22 • 03 • 2019 às 11:58
Atualizada em 22 • 03 • 2019 às 12:07
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

Iolene Lima havia sido indicada pelo ministro Ricardo Vélez para ocupar o segundo cargo mais importante no Ministério da Educação. A defensora da educação “baseada na palavra de Deus” anunciou no Twitter que foi demitida do posto de secretária-executiva do MEC.

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“Não sei o que dizer, mas confio que Deus me guardará e guiará! Desejo ao governo Bolsonaro e ao ministro Ricardo Vélez, o melhor!”, declarou a pastora evangélica ligada à Igreja Batista e ex-diretora do Colégio Inspire, em São José dos Campos (SP). Ela se colocou à disposição do governo.

A pastora se colocou à disposição do governo federal

O desligamento acontece oito dias depois da polêmica envolvendo seu nome e do ministro da Educação. Iolene explica que aceitou o cargo “diante um quadro bastante confuso na pasta, mesmo sem convite prévio”.

O Ministério da Educação, assim como acontece com grande parte do governo federal, é ninho de aliados do astrólogo e filósofo Olavo de Carvalho – guru de Jair Bolsonaro.

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Segundo fontes, Olavo e os chamados olavetes foram responsáveis por seis exonerações na pasta em apenas um dia. O nome da própria Iolene não agradava. A polêmica começou com o surgimento de uma entrevista da pastora evangélica em 2014. Na conversa, a ex-funcionária do MEC diz que “o autor da história é Deus. O realizador da geografia é Deus. O maior matemático foi Deus”.

Olavo de Carvalho (lado direito do presidente) indicou Véllez ao MEC

Embora a nomeação de Iolene Lima não tenha sido publicada em Diário Oficial, a pastora esteve com o ministro Vélez em compromissos públicos, incluindo uma viagem para prestar solidariedade às vítimas do massacre em uma escola de Suzano (SP).

A demissão de Lima é mais um capítulo da crise no Ministério da Educação. Rodríguez foi indicado por Olavo de Carvalho e montou a pasta com civis e militares. O colombiano naturalizado brasileiro é bastante criticado pela falta de resultados consistentes e polêmicas como a do hino nacional e filmagem de menores nas escolas.

Ministério da Educação vive momento de crise

“Brasileiros! Vamos saudar o Brasil dos novos tempos e celebrar a educação responsável e de qualidade a ser desenvolvida na nossa escola pelos professores, em benefício de vocês, alunos, que constituem a nova geração. Brasil acima de tudo. Deus acima de todos!”, diz o texto, que já foi despublicado pelo MEC.

Iolene Lima é o terceiro nome indicado no MEC. São três meses de governo e o cargo de ‘número dois’ segue vago.

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Fotos: foto 1: Divulgação/foto 2: Reprodução/foto 3: EBC


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