Ciência

Podemos em breve viver num planeta sem nuvens. E aí estaremos literalmente fritos

23 • 03 • 2019 às 09:32
Atualizada em 25 • 03 • 2019 às 09:43
Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

As nuvens possuem uma função muito maior do que fazerem chover ou embelezarem o céu para nosso deleite, e em breve poderemos vivenciar o apocalíptico efeito que a falta delas pode provocar. É o que sugere uma nova pesquisa realizada pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos EUA, afirmando que o acúmulo de gases do efeito estufa na atmosfera está colocando as nuvens em extinção – o que pode provocar uma aceleração extrema do aquecimento global.

Segundo a pesquisa, ao se acumular na atmosfera do planeta, o carbono quebra as baixas nuvens estratos-cúmulos, que justamente ajudam a resfriar a Terra. Sem essas nuvens, o aumento na temperatura pode se agravar em até 14ºC acima do nível pré-industrial. O ponto apocalíptico será a concentração atmosférica de dióxido de carbono em 1.200 partes por milhão – hoje estamos em 410 PPM.

Exemplos de nuvens estratos-cúmulos, mais baixas 

As estimativas mais otimistas afirmam que, se nada for feito para controlar tal cenário, chegaremos a esse ponto em 2100. Se hoje, no entanto, queimássemos todas as reservas de combustíveis fósseis do planeta, o nível chegaria a 4.000 PPM. A pesquisa ajuda a elucidar efeitos paralelos e nem sempre calculáveis sobre os processos que levam ao aquecimento global, e os efeitos que ele provoca – lembrando, portanto, que pior que já saibamos que é a situação atual, ela provavelmente sempre será bastante pior – imaginem, por exemplo, o planeta sem nuvens baixas.

Publicidade

Canais Especiais Hypeness