Debate

Problemas do Rio acabaram: Crivella anuncia mutirão de cirurgia estética para orelhas de abano

18 • 03 • 2019 às 15:09
Atualizada em 18 • 03 • 2019 às 15:16
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

A prefeitura do Rio de Janeiro anunciou o programa Orelhinha Bonitinha. A iniciativa foi apresentada na Rocinha por Marcelo Crivella. Segundo o chefe da municipalidade do Rio, o método é eficaz no combate ao bullying.

Esse mutirão da Orelhinha Bonitinha é muito importante para acabar com o bullying, muitas crianças nas escolas sofrem disso. Nós vamos fazer cirurgia em milhares de crianças, devemos passar de 20 mil. Mas é tudo com muito controle, nossas cirurgiães plásticas tem domínio absoluto da técnica e temos tudo preparado. É uma cirurgia em que a criança toma anestesia local, uma pequena sedação, vai embora no mesmo dia para casa e tem que usar uma touquinha durante cinco dias. Mas vai ficar livre do bullying, que poderia deixar cicatrizes na época mais bonita da sua infância. Tenho certeza que as cirurgias vão trazer um grande benefício para a cidade”, declarou o político.

As cirurgias do Orelhinha Bonitinha acontecem a partir de 30 março, em quatro hospitais do SUS. A Prefeitura estabeleceu meta de 30 procedimentos.

O que é mais importante: intervenção estética ou investimento em educação?

Será que atenua o bullying? É sabido que diferenças na aparência física são propulsores da forma de violência, sobretudo dentro das escolas. No entanto, para educadores e especialistas, o fenômeno é combatido com diálogos e novas formas de educar.

A Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia) listou algumas diretrizes para tratar o bullying dentro do ambiente escolar:

  • Conversar com os alunos e escutar atentamente reclamações ou sugestões;
  • Estimular os estudantes a informar os casos;
  • Reconhecer e valorizar as atitudes da garotada no combate ao problema;
  • Criar com os estudantes regras de disciplina para a classe em coerência com o regimento escolar;
  • Estimular lideranças positivas entre os alunos, prevenindo futuros casos;
  • Interferir diretamente nos grupos, o quanto antes, para quebrar a dinâmica do bullying.

Ou seja, uma correção cirúrgica é insuficiente. Não que seja de todo o ruim, no entanto, mesmo em situações como queimaduras ou pessoas vítimas de câncer de mama, o acompanhamento psicológico é indispensável.

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“A escola não deve ser apenas um local de ensino formal, mas também de formação cidadã, de direitos e deveres, amizade, cooperação e solidariedade. Agir contra o bullying é uma forma barata e eficiente de diminuir a violência entre estudantes e na sociedade”, assinalou à Nova Escola o pediatra e fundador da Abrapia Lauro Monteiro Filho.

Educar para mudar

Em 10 anos, o Rio de Janeiro cortou gastos com educação pela metade. Os números são da Comissão de Educação da Alerj. A Globo News diz que o governo aplicou somente 13% do valor previsto para o ano

Em 10 anos, Rio cortou gastos com educação pela metade

Pela lei, o investimento em educação deve corresponder a 25% das receitas. Contudo, a comissão da Alerj diz que há três anos o percentual não é cumprido. A Secretaria de Educação bateu o pé e informou que “o governo de estado do Rio de Janeiro investiu, em 2016, 25,12%, montante inclusive reconhecido e aprovado pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro”.

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