O Monumento a Zumbi do Palmares, localizado na Avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro, é o pilar para que a cidade maravilhosa receba a maior coleção de arte iorubá fora da África.
Centenas de peças e artefatos milenares serão exibidos ao público na Casa de Herança Oduduwa, um centro de estudos da língua iorubá, de arte e claro, ligação permanente entre Brasil e a África iorubana.
A ideia partiu de uma confusão envolvendo o Monumento a Zumbi dos Palmares e o rei de Ifé. Ojaja II, de 44 anos, percebeu certo desconhecimento dos brasileiros sobre os antepassados africanos.

O Monumento a Zumbi é um grande mistério
Em 2015, o então empresário Adeyeye Enitan Babatunde Ogunwusi foi escolhido por integrantes de seis famílias como o rei de Ifé. O susto veio dois anos depois, em meio a uma campanha para unir os iorubás espalhados no mundo.
Ao ver uma mensagem vinda do Brasil, o rei ficou em choque ao notar a semelhança entre seu próprio rosto e nada menos que o Monumento a Zumbi dos Palmares, instalado na Avenida Presidente Vargas no Rio de Janeiro.
Acontece que o busto não retrata Zumbi. O rei de Ifé veio conhecer a escultura de perto em 2018 e se alegrou ao perceber seus traços na cabeça de bronze. A turnê impactou o rei, que consultou os guias espirituais e decidiu enviar para o Brasil imagens e peças do acervo milenar da cidade.

O rei de Ifé se impressionou com o monumento a Zumbi dos Palmares
Não dá para cravar que a imagem em bronze de 3 metros de altura e 800 quilos seja inspirada no rei de Ifé. Desde a inauguração em 1986, o mistério permanece. O jornal O Globo chegou a dizer que não se tratava de uma homenagem ao líder do Quilombo dos Palmares.
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“A escultura é réplica de uma cabeça nigeriana esculpida entre os séculos XI e XII. Descoberta em 1938, ela hoje está no British Museum de Londres”.
O mais importante é o estreitamento dos laços entre brasileiros e iorubanos. Também chamados de nagôs, eles foram maioria entre os escravizados pelos portugueses e trazidos ao Brasil Colônia. Os iorubás são fundamentais para o nascimento do Candomblé, da Umbanda e outras religiões de matriz africana.