Debate

Senador que culpou os muçulmanos pelos atentados na NZ leva ovada de adolescente

18 • 03 • 2019 às 16:38
Atualizada em 20 • 03 • 2019 às 13:54
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

O senador australiano Fraser Anning levou uma ovada de um rapaz durante coletiva de imprensa em Melbourne. O político da extrema-direita reagiu e deu dois socos no rosto do menino de 17 anos antes de ser contido. O autor da ovada foi detido pelos policiais, mas solto em seguida sem o registro de queixas.

Fraser foi bastante criticado depois proferir declarações discriminatórias contra muçulmanos. O político falava sobre o ataque realizado por um supremacista branco e que vitimou 50 pessoas em uma mesquita de Christchurch, na Nova Zelândia.

“Não dá para justificar esse tipo de violência. No entanto, ela representa o medo em nossas comunidades, na Austrália e Nova Zelândia, com o aumento da presença muçulmana. Sejamos claros, muçulmanos foram vítimas hoje, mas normalmente são os autores [dos crimes]”, disse ele.

O ato do senador foi condenado pelo primeiro-ministro australiano

O primeiro-ministro australiano condenou o revide de Fraser. Scott Morrison pediu aplicação “da força da lei” contra um político que agrediu com murros o garoto que quebrou um ovo em sua cabeça.

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Ele foi duro ao falar da postura racista. “É nojenta a tentativa do Senador Fraser Anning de relacionar imigração com o ataque cometido por um terrorista violento de extrema-direita na Nova Zelândia. Pensamentos assim não têm espaço na Austrália”, salientou Scott.

Em postagem compartilhada por um jornalista no Twitter, o representante da extrema-direita de Queensland defendeu o uso de armas. “Como sempre, políticos de esquerda e a mídia vão colocar a culpa dos ataques de hoje nas armas de fogo e nos nacionalistas. Clichê sem sentido”.

A primeira-ministra neozelandesa pensa diferente. Jacinda Ardern garantiu a implementação de leis mais rígidas para o controle de armas de fogo no país da Oceania.

A primeira-ministra assegurou mudanças na lei de armas

“Em 10 dias desse terrível ato de terrorismo nós anunciamos reformas, que creio eu, trarão mais segurança para nossa comunidade”, confirmou a mandatária em coletiva de imprensa.

Ardenr acrescentou, “garanto uma coisa: nossa política armamentista vai mudar. Alterações foram ensaiadas em 2005, 2012 e 2017. Agora é tempo de mudanças”.

A Nova Zelândia tem pouco mais de 4,5 milhões de habitantes e registra por volta de 1,5 milhão de armas entre a população. A legislação foi revista em um tratado ao final da década de 1980, porém leis sobre a posse de armas de fogo ainda são permissivas.

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