Harold Winston – conhecido como Bamf, saiu do Brasil em 2003 com um objetivo em mente: trabalhar com cannabis. Tudo começou quando sua mãe descobriu os 400 pés de maconha que ele havia plantado no quintal da casa onde viviam, em Belo Horizonte. Advogada e sabendo dos riscos que o filho estaria correndo, acabou lhe oferecendo uma viagem para Amsterdã, quando ele completou 18 anos. Depois disso, ele só voltou para festas de final de ano.

Após viver 5 anos na Holanda, decidiu mudar-se para a Califórnia, considerada a meca da cannabis, onde acabou ganhando 10 competições e tornou-se referência no mundo canábico. O cristal ultraconcentrado de maconha produzido por ele é vendido por cerca de 1000 reais a grama, porção suficiente para fazer dois cigarros. Considerado um dos melhores haxixes do mundo, o brasileiro possui diversos clientes famosos, entre eles Fernando Badaui, vocalista da banda CPM22.

Seu amor pela erva surgiu logo na primeira vez que experimentou, quando havia 16 anos. Depois disso, passou a pesquisá-la a fundo e passava horas nos fóruns do site Growroom, o maior fórum online sobre maconha da América Latina, com mais de 120 mil inscritos. Autodidata, foi em Los Angeles que encontrou o lugar perfeito para exercer a sua paixão, devido à legislação favorável e aos bons equipamentos disponíveis.

Ao contrário do haxixe vendido no Brasil, feito com restos de maconha de baixa qualidade, o produto comercializado por Bamf passa por um complexo processo, com extração à base de água – sem solvente algum. O resultado é um cristal de haxixe, amarelo como o ouro, puro e que, hoje é consumido pela banca ultra conhecida de rap Cypress Hill, entre outras.

Os 10 campeonatos que ele venceu não lhe renderam dinheiro, porém reconhecimento. Hoje, sua marca – Bamf Extractions, possui 35 funcionários, mais de 80 mil seguidores no Instagram e produz não somente produtos derivados da maconha, como camisetas e outros souvenirs. Harold diz que sua empresa está em plena expansão e que acabou de comprar uma área de 2 hectares – equivalente a mais de dois campos de futebol – ‘apenas’ para plantar maconha rica em CBD, usado principalmente para a produção de remédio.

Inconformado com a proibição da erva no Brasil, Harold é enfático e simplesmente não compreende porque ela não é legalizada aqui: “A salvação do Brasil é a maconha. É a única coisa que pode gerar milhares de empregos e trilhões de reais no mercado econômico de maneira imediata e o povo precisa entender isso. O país está perto da linha do Equador, tem um clima perfeito e terra abundante, emprego. Sem falar que a maconha é matéria-prima de 35 mil produtos diferentes, num ciclo de dois meses”.