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Esta empresária fez da geração de emprego para pessoas trans sua missão de vida
Quem desceu a Rua Augusta, no centro de São Paulo, junto com o Bloco do Desculpa Qualquer Coisa durante o Carnaval deste ano pode não ter notado, mas enquanto a maioria desfilava suas fantasias e curtia a alegria que é o Carnaval, um grupo de pessoas estava literalmente “suando a fantasia” ajudando na organização da farra.
Nesse caso em especial – e em vários outros blocos que vão rolar nos próximos dias – a equipe de apoio do bloco foi encabeçada pelo projeto Transmissão, um coletivo idealizado pela empresária Rubi Delafuente e que atua na organização de festas e eventos, não apenas carnavalescos, mas também corporativos.
“Nós não fazemos só baladas, já trabalhamos para a Uber, Unilever, Bayer, Itaú Social, Casa Natura Musical (…)”, conta orgulhosa. “Há três anos, tive a ideia de montar esse projeto pensando na necessidade dos homens e das mulheres trans se colocarem com dignidade no mercado de trabalho”, diz a ‘dona do negócio’, que conta com cerca de 60 pessoas cadastradas para jobs eventuais.
Aos 33 anos, Rubi é agente de saúde, já trabalhou como educadora e diz “gostar de entender muito o outro lado”. Mas apesar dos cases, como toda pessoa ~fora do padrão~, já sofreu preconceitos. “Os ‘nãos’ que já tomei me fortaleceram, e o Transmissão é um resumo de tudo o que já vivi. As pessoas estão vendo que eu existo”, diz.
Rubi, orgulhosa, mostra a parceria com a Bayer
Rubi conta que foi só começar a pintar as unhas e a se mostrar como mulher que as oportunidades começaram a desaparecer. “Era triste participar de processos seletivos e perceber que a maioria passava e eu, sem muitas explicações, ficava para trás”, lembra.
Mas da dificuldade e chateação por não conseguir se estabelecer no mercado é que Rubi se reinventou e começou a pensar em criar a própria oportunidade – não apenas para ela, mas para seus iguais. “Minha felicidade hoje em dia é ver que eu, como mulher trans, estou gerando essa empregabilidade para quem vive ou viveu a mesma dor que eu”, conta alegre.
A empresária conduz seu negócio sozinha: aborda empresas, faz contato com organizadores de festas e eventos, vai a reuniões e, claro, apresenta seu negócio tendo como grande diferencial a oportunidade de empregar uma parcela da população ainda marginalizada, infelizmente.
“Incentivando outras pessoas, eu estou me incentivando”, continua a prosa empolgada sobre sua Transmissão que já empregou formalmente pelo alguns participantes do projeto. “As pessoas me perguntam se não fico chateada quando alguém da minha equipe é contratada para trabalhar em outro lugar e prontamente respondo que não, pois sempre tem pessoas trans buscando oportunidade e ver que estou conseguindo fazer diferença para elas é motivo de extrema satisfação para mim. É uma sensação de dever cumprido”, resume ao ser questionada sobre a realização de um negócio com impacto social direto.
Rubi faz questão de dizer que uma de suas grandes missões com o Transmissão é mostrar que as pessoas trans estão disponíveis para o mercado e precisam trabalhar. “A gente precisa apagar essa imagem ligada à prostituição. Nada contra, afinal ‘meus corpo, minhas regras’, mas a gente precisa mostrar que a gente é capaz e precisa trabalhar”, explica.
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