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Numa mistura entre natureza e arte, o MECAInhotim chega à sua 5ª edição em um momento em que a região de Brumadinho precisava ser fortalecida. Com músicos, bandas, artistas visuais, feira criativa e muita conversa, o evento mostrou mais uma vez que a união é cada vez mais necessária. Ali, a arte e a educação se unem e conectam tribos.
Pelo palco passaram ninguém menos que Gilberto Gil, Pitty, Tulipa Ruiz, Céu, Duda Beat, MC Tha, Castello, Lamparina e a Primavera. Além disso, o Heineken Art Stage criou um espaço assinado pelo Estúdio Bijari com artistas visuais como Ana Strumpf, Cranio, Felipe Morozini, Gabriel Ribeiro (Instinto Coletivo), Hannah Lucatelli e Kleber Matheus.
O festival começou lindo, com destaque para a maravilhosa MC Tha. Em uma mistura de ritmos que, como caminha seu trabalho, foram do funk ao batuque de terreiro. A faixa “Céu Azul”, gravada com seu amigo Jaloo, foi interpretada com Malka, artista que soltava os beats do show. Já em “Bonde da Pantera”, Tha foi para a plateia cantar e descer até o chão com o público.
Um dos pontos altos foi a apresentação de “Rito de Pasá” último single da artista que já nasceu com clipe. A música composta por MC Tha, produzida por Tide DJ e com clipe dirigido por Rodrigo de Carvalho, da nome e vem abrindo caminhos para o álbum de dez faixas que será lançado em junho deste ano.
MC Tha conta que conheci o DJ e pesquisador Tide na Festa Mel, em São Paulo, e depois quando foram convidados para participar de um EP do selo Funk na Caixa. Desta parceria surgiu “Pra Você”. Muito tempo depois, Tha compôs “Rito de Pasá” e deixou guardado até que mandou pro Tide.
“A ideia era que fosse um funk que lembrasse os tambores da umbanda. Neste momento ele estava fazendo uma pesquisa com o Jongo para entender a semelhança com o funk. Então foi o momento certo”, conta MC Tha. A faixa que ele produziu afinal vai ser o nome do próximo álbum. “É um catado de tudo que fui produzindo e testando. Ele marca meu crescimento como artista”, conclui.
Não é só MC Tha que vem crescendo, mas também tantas mulheres que vêm conquistando espaço com o trabalho de compositoras e cantoras. “A mulher está tomando o nosso lugar que é de direito, merecimento, talento e beleza. A música está proporcionando para mim e outras mulheres fazermos o que queremos e tomarmos as rédeas da nossa vida. Quantas mulheres não caem em gravadoras e vivem esse sistema de ficar magra, de cantar o que não querem. Fico feliz de bater o martelo e decidir minhas coisas”, diz Tha, convicta de seus caminhos.
A próxima a subir ao palco foi Pitty, que está com turnê resgatando trabalhos antigos e apresentando sua nova estética sonora. O show começou com chuva de hits e o público acompanhando todas as letras já consagradas. Não me lembrava o tanto de sucessos que Pitty tem, mas cada música batia neste ouvido viciado na MTV dos anos 90 e todas voltaram. “Admirável Chip Novo”, “Semana que Vem” e “Máscara” foram entoadas em coro por todos que estavam ali.
A faixa “Teto de Vidro” abriu o mode intimista do show. “Agora convido vocês para meu quarto em Salvador”, disse a cantora. Ela seguiu com clima que combinava perfeitamente com o ambiente natural do Inhotim com outras canções suas e “Metamorfose Ambulante”, de Raul Seixas. Antes de ir embora, Pitty pediu justiça à catástrofe que Brumadinho viveu com o rompimento da barragem em fevereiro.
Entre os shows, o palco Heineken reunia uma galera animada que aproveitava as discotecagens e projeções em meio ao parque. Na primeira noite, Marina Dias e Kleber Matheus mandaram aquele back to back de respeito, estampados por artes visuais projetadas. Quem teve energia pode ainda curtir um after pesadão na Igrejinha.
Não é só de noite que se vive o MecaInhotim. Afinal, com um parque inteiro à disposição, não dava para perder a chance de aparecer por lá à luz do dia. O mercado MECA reunia diversas marcas e possibilidades, como peças de moda, bolsas, bonecos e até o lindo glitter biodegradável da Glitra, que já falamos por aqui.
Este era bom bom momento para passear e conhecer algumas das galerias imponentes que estão pelo parque. Lygia Pepe, uma das minhas preferidas, estava ao lado da Igrejinha, onde aconteciam os talks. Peguei uma conversa absolutamente inspiradora sobre a importância de se divulgar a subcultura. O papo com o jornalista Walter Thompson-Hernández, do The New York Times, falou sobre seu trabalho com vídeo em reportagens que trazer à superfície grupos culturais nichados e interessantíssimos. Vale ficar de olho no trabalho.
Além de fomentar o turismo na região, em fevereiro a plataforma cultural MECA lançou e foi um dos primeiros doadores do fundo filantrópico PróBrumadinho. O objetivo da iniciativa é arrecadar recursos que serão aplicados na região com foco em médio e longo prazo.
Próximo da Igrejinha também estavam reunidos os Amigos de Brumadinho, grupo de jovens que se mobilizou para ajudar os atingidos pela lama tóxica. Eles entregaram mantimentos às pessoas que perderam tudo e conseguiram ainda castração para os animais.
O MECA pretende ainda desenvolver uma série de atividades em prol da comunidade de Brumadinho depois do festival. A ideia é fazer atividades regulares para fomentar o turismo na região abalada pela tragédia. Todos os artistas que passaram pelo palco clamaram por justiça e por boas energias para o povo da cidade. Como pediu Gil, precisamos “elevar nossos pensamentos e mandar bons sentimentos para todos os moradores desta terra”.
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