A franquia de mídia japonesa Pokémon foi criada em 1996 e revolucionou a relação das crianças com a televisão. Mais de duas décadas depois, este desenho continua tão vivo em nossos corações, que é capaz até de promover mudanças nas sinapses cerebrais. Segundo pesquisa feita pela Universidade de Stanford – Estados Unidos, fãs da série têm uma parte do cérebro dedicada só à ela — principalmente se acompanham os personagens desde a infância.

Jesse Gomez – autor do estudo explica: “O que é único em Pokémon é que existem centenas de personagens, e você tem que saber tudo sobre eles para ter sucesso. O jogo premia você por individualizar centenas desses pequenos personagens parecidos”. O objetivo da pesquisa foi testar uma teoria visual, chamada viés de excentricidade e a hipótese é de que o tamanho e a localização de uma região cerebral dedicadas a algo específico dependem de duas coisas: quanto do campo visual os objetos tomam e também quais partes da visão — centrais ou periféricas — são utilizadas. É preciso admitir que Pokémon caiu como uma luva para esta análise.

Com auxílio de imagem feitas por ressonância magnética, o teste verificou o cérebro de um grupo de homens e o resultado não poderia ser mais fascinante. A parcela de voluntários que cresceu jogando Pokémon tinha uma parte específica do cérebro ativada (sempre no mesmo lugar), enquanto o mesmo não acontecia com quem não brincou com os personagens na infância. Ou seja, o cérebro é capaz de mudar em resposta aos estímulos que recebemos, desde uma idade muito precoce. Diante disso, nunca é demais falar: cuidado com o tipo de mídia que você anda consumindo!
