Capitã de navio, bióloga e militante em defesa dos direitos humanos, a alemã Pia Klemp está sendo processada pelo governo italiano e pode pegar até 20 anos de prisão. O motivo? Ela salvou mais de mil refugiados no Mediterrâneo, em 2017. Na época, seu navio – o Luventa, foi apreendido e o governo da Itália a proibiu de navegar no litoral italiano. Nascida na cidade de Bonn, ela salvava os refugiados que vinham da África em botes salva vidas.

Acusada de ajudar a imigração ilegal, o processo é demorado, caro e pode lhe render multas altíssimas. Entretanto, ela afirma que, se precisar irá à Corte Europeia de Direitos Humanos, em Estrasburgo. Se o governo italiano vem se afirmando cada vez mais avesso à imigração – sobretudo depois do ministro do Interior Matteo Salvini prometer uma ofensiva jamais vista, mais de 60 mil pessoas já assinaram uma petição exigindo que a Itália suspenda o processo contra a capitã.
O Café Bla de Bonn – restaurante do qual ela já trabalhou como garçonete, começou uma campanha de angariação de fundos em prol da ativista, que já gastou todas as suas economias com o processo. No entanto, sua preocupação maior não é o dinheiro, mas sim a questão dos direitos humanos, que ela luta há anos: “O pior já aconteceu: as missões de resgate marítimo foram criminalizadas”.
Imagine a situação: você é capitã(o) de um barco e vê milhares de pessoas desamparadas, correndo risco de vida. Salvar ou não salvar? A resposta é óbvia e, por isso mesmo, ela considera que há uma falha na União Europeia: “Em lembrar os valores com que se comprometeu: direitos humanos, direito à vida, a uma solicitação de refúgio, e o dever dos marinheiros de resgatar quem está em perigo no mar”.
