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Sempre digo: em 2016, quando fui atropelada por uma depressão profunda, o que me salvou, além de ajuda médica qualificada e humanizada, foi a presença constante de uma rede de apoio sólida, paciente e potente. Pessoas próximas e queridas que respeitavam o que eu estava passando e que me ajudavam de forma nada impositiva.
Tinha o melhor amigo que meditava comigo — por skype —, às seis da manhã e outro que me ensinou, à distância, a tocar violão. A amiga que ouvia sobre minha ideação suicida sem julgamentos e opiniões. Havia gente que me lembrava, repetidamente, que eu era amada e pessoas que me buscavam em casa para caminhar no quarteirão ou pegar dez minutos de sol. Pequenos e grandes gestos, todos de uma entrega tremenda.
Quando sucumbimos, passamos por dificuldades ou enfrentamos novidades e desafios, ter ao lado quem nos dê suporte ou divida conosco as agruras e alegrias da trajetória é um alívio e tanto. Para nós, mulheres, estarmos amparadas ganha contornos ainda mais imprescindíveis: em um contexto sociocultural que nos negligencia e adoece física e mentalmente, poder contar com as nossas é um respiro. A certeza, pelo menos, de que não estamos sozinhas.
Da linha de frente da militância a mulheres que desvalidam as lutas feministas contra o machismo e suas estruturas patriarcais: todas nós, em algum momento da vida (se não muitos), precisamos de uma rede que seja capaz de nos acolher e impulsionar. No âmbito privado, vemos, com frequência e em larga escala, redes de apoio sendo tecidas em grupos de whatsapp e outras redes sociais. É o caso de grupos sobre maternidade, em que mães compartilham questões políticas — altas taxas de desemprego pós-licença maternidade, dificuldade em se reinserir no mercado de trabalho e a falta de acesso à cidade, por exemplo — e também relatos pessoais, como solidão materna, depressão pós-parto e puerpério.
Na esfera pública, essas tramas de acolhimento também estão sendo criadas. Algumas, inclusive, se propõe não só a receber essas mulheres, mas também a mexer com as estruturas de opressão compulsória. É o caso, por exemplo, do Mapa do Acolhimento, uma plataforma que conecta mulheres que sofreram violência a uma rede de terapeutas e advogadas dispostas a ajudá-las de forma voluntária. O projeto, que está no ar há dois anos, já endereçou para auxílio especializado os casos de mais de quinhentas mulheres. Hoje, a iniciativa conta com quase 1300 terapeutas e advogadas de todo o país unidas na rede de solidariedade.
O grupo de Facebook Garotas no Poder também vai por esse caminho. Criado em 2016 para juntar algumas mulheres que exerciam profissões consideradas masculinizadas — como encanador ou mecânico —, a rede se expandiu e hoje já soma mais de 45 mil participantes de diversas áreas profissionais. O objetivo? Divulgar vagas de emprego para garantir que mais profissionais do sexo feminino conquistem espaço no mercado de trabalho.
Como mulheres, temos experiência em sermos despedaçadas, é verdade, mas são as comunidades potentes em torno das pressões, invisibilização e opressões sofridas — redes feministas, antirracistas etc — que trazem a capacidade de nos vermos refletidas em outras e encontrar, nelas, o apoio de que tanto necessitamos, principalmente em tempos áridos como os que estamos vivendo. Direcionando o cuidado para nós mesmas, individual e coletivamente, e endereçando nossa preocupação para nosso bem-estar, subverteremos a lógica de que as mulheres supostamente são cuidadoras por natureza, jamais as cuidadas. Sozinha andamos bem, mas umas com as outras andamos melhor.
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