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Dos cinco autores mais vendidos da ‘Flip’, 4 são negros e 1 é indígena. A notícia confirma tendência de alta e que a pressão exercida por movimentos negros para a democratização racial da ‘Festa Literária Internacional de Paraty’ surtiu efeito.
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Grada Kilomba, Ayobami Adebayo e Ailton Krenak estão no topo entre os mais procurados pelo público. A lista é liderada justamente por Grada. A portuguesa de origem angolana é autora de ‘Memórias da Plantação – Episódios de Racismo Cotidiano’.
Ayobami Adebayo teve aulas com Chimamanda Adichie
Kilomba já esteve no Brasil outras vezes e se caracteriza pela defesa de que o racismo é uma problemática branca.
“Sou forçada a lidar com uma série de fantasias e de fantasmas que não são os meus. O racismo nos usa como depósito de algo que a sociedade branca não quer ser. Algo que é projetado em mim e eu sou forçada neste mise en scene, nesta encenação, a ser a protagonista de um papel que não é meu e com o qual eu não me identifico”, destacou em conversa com a Ponte Jornalismo em Salvador.
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Jarid Arraes mostrou sua literatura de cordel
Outro destaque é a nigeriana Ayobami Adebayo, que aos 31 anos, faz sucesso com ‘Fique Comigo’. Nascida em Lagos, a escritora foi aluna de Chimamanda Ngozi Adichie e Margaret Atwood. Ela é formada em literatura anglófona na Universidade Obafemi Awolowo, na cidade de Ifé.
O protagonismo negro na ‘Flip’ ainda contou com a presença da brasileira Conceição Evaristo, vencedora do ‘Prêmio Jabuti’, Djamila Ribeiro, com ‘Feminismos Plurais’ entre os mais vendidos da feira e Jarid Arraes, ‘Heroínas Brasileiras em 15 Cordéis’.
Gracê Passô criticou a estigmatização da mulher negra
O indígena Ailton Krenak ficou na terceira colocação com ‘Ideias para Adiar o Fim do Mundo’.
Outro ponto alto dos quatro dias de evento foi a participação da atriz e dramaturga mineira Gracê Passô, que leu sua peça ‘Mata Teu Pai’. “Mas se digo que sou uma mulher negra brasileira é porque a sociedade exige, porque muitos aqui iam fingir que não estão vendo isso”, declarou em bate-papo com José Miguel Wisnik.
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Historiadora e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Giovana Xavier exaltou a presença de escritores e escritoras negras na ‘Flip’, mas criticou o público ainda “essencialmente branco” do evento.
Grada Kilomba, a mais vendida da ‘Flip’
“Na sexta-feira 12, eu assisti a uma mesa da Jarid Arraes com a Conceição Evaristo. e uns 95% das pessoas eram brancas. Mas eram pessoas brancas interessadas no pensamento de mulheres negras. Nós conseguimos conquistar ouvidos, porque voz a gente sempre teve”, declarou à Época.
Em 2016, Giovana esteve entre os críticos da falta de negros entre os convidados da festa. A professora criadora do Grupo de Estudos e Pesquisas Intelectuais Negras definiu a ‘Flip’ como ‘arraiá da branquitude’.
Nesta edição, a ‘Festa Literária de Paraty’ recebeu oito negros, cinco mulheres e três homens, entre os 33 convidados.
“Esse número continua não sendo representativo. Num cenário ideal com o qual a gente nunca trabalha, a representação de autores brancos e negros deveria ser paritária, porque o Brasil tem 54% de pessoas negras”.
Confira os 5 mais vendidos da ‘Flip’:
1- ‘Memórias da Plantação – Episódios de Racismo Cotidiano – Grada Kilomba (Cobogó)
2- ‘Fique Comigo’ – Ayobami Adebayo (HarperCollins)
3- ‘Ideias para Adiar o Fim do Mundo’ – Ailton Krenak (Companhia das Letras)
4- ‘Também os Brancos Sabem Dançar – Kalaf Epalanga (Todavia)
5- ‘Meu Pequeno País’ – Gaël Faye (Rádio Londres)
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