Debate

Desde 2015 o Ministério da saúde não compra DIU para o SUS

04 • 07 • 2019 às 11:05
Atualizada em 04 • 07 • 2019 às 12:49
Gabriela Glette
Gabriela Glette Uma jornalista e produtora de conteúdo que mora na França. Apaixonada por viagens e inquieta por natureza, ela encontrou no nomadismo digital o segredo de sua felicidade, e transforma a saudade que sente da família e amigos em combustível para escrever suas histórias. Gabriela também é fundadora do site Quokka Mag, onde fala apenas sobre coisas boas!
Desde 2015, o Ministério da Saúde não compra DIUs e diafragmas, levantando a questão sobre o acesso a contraceptivos não hormonais pela rede pública. Apesar de muitos profissionais da saúde afirmarem que estes métodos são os que oferecem o melhor custo-benefício às mulheres, eles são utilizados apenas por 1,9% das brasileiras em idade fértil. A grande questão é: por que o governo parou de comprá-los, se continua a investir um alto valor em pílulas hormonais e contraceptivos injetáveis?
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A pílula anticoncepcional vem sendo usada desde meados dos anos 1960 e foi o verdadeiro catalisador da revolução sexual e liberdade da mulher. Entretanto – quase 6 décadas depois, a sociedade começa a discutir sobre as implicações que esta dose de estrogênio causa na vida e saúde da mulher. E o resultado é que muitas mulheres começaram a buscar mais informações na ginecologia natural e em métodos contraceptivos livres de hormônio.

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No entanto, a última compra de DIUs de cobre feita pelo Ministério da Saúde – feita em 2015, entregaria algo em torno de 27 unidades para cada município brasileiro. Não precisa ser matemático para concluir que a quantidade é insuficiente. Para a ginecologista e diretora do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde – Halana Faria, a resposta está na indústria farmacêutica, que não tem o menor interesse em métodos de longa duração.

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Além do mais, a medicina ocidental sempre acreditou que os corpos das mulheres precisam ser domados e normatizados. O que ninguém aprofunda é que métodos hormonais podem influenciar na libido, aumento de peso e até mesmo sintomas de depressão e outras questões ligadas à saúde mental da mulher.

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Por mais que a medicina evolua, é preciso o tempo todo lembrar que a ligação das mulheres com seus corpos é algo que ultrapassa os interesses farmacêuticos. Compreender o seu próprio corpo é mais do que uma questão de autoconhecimento. É ancestralidade, resistência e sobretudo, liberdade!

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