Diversidade

Hamburgueria de SP faz ‘piada’ com violência contra a mulher

15 • 07 • 2019 às 12:20
Atualizada em 16 • 07 • 2019 às 12:05
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.


A Underdog, hamburgueria de São Paulo, resolveu falar sobre assédio moral na cozinha de restaurantes. Da pior forma possível. O vídeo publicado pelo estabelecimento nas redes sociais mostra uma mulher com o olho roxo e assustada enquanto reage aos desmandos do colega. 

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“Eu sou um macho branco e poderia me ofender”, disse o sócio

A ‘brincadeira’ gerou inúmeras críticas de clientes, mas não o suficiente para abalar a autoestima do dono, que classificou como ‘coincidência’ o fato da única mulher no vídeo estar com marcas de agressão. Santiago Roig ressaltou que o conteúdo foi feito com tom de deboche. 

“Se isso virar crime, vão ter que criminalizar todos os tipos de humor, inclusive as novelas que mostram o marido batendo na mulher e pessoas usando drogas. Onde a lei diz que você não pode fazer nenhuma sátira ou brincadeira com temas reais e complexos?”, explicou ao Universa

O primeiro vídeo foi retirado do ar pelo próprio Instagram, que considerou que o conteúdo não respeitava as diretrizes da comunidade em assédio ou bullying. A segunda postagem acabou compartilhada nos Stories de Rogi, um dos sócios da hamburgueria. Isabela Guimarães, cofundadora da Rede Feminista Juristas, declarou à Marie Claire que a atitude pode ser classificada como violação de direitos coletivos. 

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“Nesse caso se identificaria que houve uma violação de direitos coletivos e se tentaria um processamento por essa área. O que não é comum, mas já aconteceu. Eu vejo muitos problemas nessa questão porque ela tem cara de produção de conteúdo publicitário, afinal de contas estamos falando de um empreendimento, um restaurante. Não é uma produção de arte autônoma. Está conectado com finalidades comerciais e lucrativas. O que faz o fato de se utilizar de uma situação delituosa, em uma publicidade, parecer bastante abusivo, descontextualizado das responsabilidades que a produção publicitária no Brasil se impõe a si mesma”.

Em sua defesa, o chef citou ter crescido vendo ‘South Park’ e optou por criticar o chamado ‘politicamente correto’. Ele ressaltou que não pretende se desculpar. 

“Seria falsidade. É uma pena que não se pode mais fazer esse tipo de humor. Não pode mais falar de gordo, por exemplo. Teoricamente, eu sou um macho branco e poderia me ofender quando dizem isso para mim”.

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