Ciência

Maconha é 30 vezes mais poderosa que remédios anti-inflamatórios

25 • 07 • 2019 às 17:46
Atualizada em 09 • 01 • 2020 às 18:46
Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

A legalização da maconha medicinal em diversos estados dos EUA e países do mundo vem acelerando e aprofundando as pesquisas com os possíveis usos da planta para substituir outros remédios e melhorar tratamentos tão importantes quanto urgentes. E se o potencial analgésico da cannabis já vinha sendo comprovado na prática, uma pesquisa transformadora pela primeira vez confirmou que a maconha pode ser até 30 vezes mais poderosa do que, por exemplo, a aspirina em combater dores e inflamações – a partir de um uso muito mais natural e menos aditivo que remédios derivados do ópio.

A pesquisa foi realizada por cientistas da Universidade de Guelph, em Ontário, no Canadá, e combinou bioquímica e estudos genômicos para determinar como a maconha pode trazer resultados analgésicos e anti-inflamatórios – a partir da produção das moléculas cannflavin A e B.

“Claramente há a necessidade de se desenvolver alternativas para aliviar dores agudas e crônicas para além dos derivados do ópio”, afirmou o professor Tariq Akhtar, que trabalhou na pesquisa junto com o professor Steven Rothstein. “Essas moléculas não são psicoativas e atacam a inflamação em sua origem, sendo assim analgésicos ideais”, disse.

A ideia, portanto, é utilizar essas moléculas para desenvolver remédios naturais para combater as dores. “Poder oferecer novas opções no alívio das dores é excitante, e estamos orgulhosos de que nosso trabalho tenha o potencial de se tornar uma nova ferramenta no arsenal analgésico”, afirmou Rothstein. A equipe de pesquisadores se reuniu com a empresa farmacêutica Anahit International Corp., de origem canadense, para biosintetizar as moléculas fora da maconha e, assim, produzir medicamentos.

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