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O carnavalesco Leandro Vieira, nome por trás dos últimos dois títulos da escola de samba Estação Primeira de Mangueira e que defende a verde-e-rosa desde 2016, não foge de controvérsias nem da política para levar a verdade para a avenida no desfile de carnaval do Rio de Janeiro. Depois de levar o título de 2019 com o enredo “História pra ninar gente grande” que, entre outros, homenageou Marielle Franco, vereadora assassinada no Rio de Janeiro em 2018 junto com o motorista Anderson Gomes, para o ano que vem Leandro decidiu levar para Sapucaí um personagem que deveria remeter somente ao amor e ao perdão: Jesus Cristo.
Intitulado “A Verdade Vos Fará Livre”, o carnaval da Mangueira de 2020 trará não a história do Jesus bíblico e seu martírio, mas sim uma indagação sobre como seria a volta do Cristo hoje, em um contexto de tanta intolerância, preconceito, violência e perseguição.
“Nasceu pobre e sua pele nunca foi tão branca quanto sugere sua imagem mais popular. Sem posses e mais retinto do que lhe foi apresentado, andou ao lado daqueles que a sociedade virou as costas oferecendo-lhes sua face mais amorosa e desprovida de intolerância. Sábio, separou o joio do trigo, semeou terrenos férteis e jamais deixou uma ovelha sequer para trás”, diz o texto de apresentação do enredo.
Na licença poética do desfile, a origem pobre de Jesus terá como cenário o morro da Mangueira, para tratar de temas como respeito, diferenças, questões de raça e gênero, lembrando do que Jesus efetivamente pregava: o amor irrestrito, o perdão e a tolerância como únicos caminhos.
Leandro afirma que sabe que a escolha do enredo trará debates e polêmicas, mas o carnavalesco tem certeza de que o desfile tem também a função de levantar reflexões e mesmo de educar – e por isso escolheu aquilo que considera a mais forte lição possível: o amor.
Veja a letra do samba da Mangueira:
Mangueira
Samba que o samba é uma reza
Se alguém por acaso despreza
Teme a força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também
Eu sou da Estação Primeira de Nazaré
Rosto negro, sangue índio, corpo de mulher
Moleque pelintra do Buraco Quente
Meu nome é Jesus da Gente
Nasci de peito aberto, de punho cerrado
Meu pai carpinteiro desempregado
Minha mãe é Maria das Dores Brasil
Enxugo o suor de quem desce e sobe ladeira
Me encontro no amor que não encontra fronteira
Procura por mim nas fileiras contra a opressão
E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão
Eu tô que tô dependurado
Em cordéis e corcovados
Mas será que todo povo entendeu o meu recado?
Porque de novo cravejaram o meu corpo
Os profetas da intolerância
Sem saber que a esperança
Brilha mais que a escuridão
Favela, pega a visão
Não tem futuro sem partilha
Nem Messias de arma na mão
Favela, pega a visão
Eu faço fé na minha gente
Que é semente do seu chão
Do céu deu pra ouvir
O desabafo sincopado da cidade
Quarei tambor, da cruz fiz esplendor
E num domingo verde-e-rosa
Ressurgi pro cordão da liberdade
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