Ciência

Raposa percorre 3,5 mil km da Noruega ao Canadá em 76 dias

04 • 07 • 2019 às 11:03 Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

A luta pela sobrevivência é capaz de promover esforços impressionantes no mundo animal – mas poucos como o de uma raposa-do-ártico, recém monitorada por cientistas do Instituto Polar da Noruega. Segundo informações coletadas pelos pesquisadores, o animal percorreu cerca de 3,5 mil quilômetros em uma jornada épica de somente 76 dias, indo das Ilhas Svalbard, na Noruega, até o norte do Canadá. Sim, ela efetivamente cruzou o oceano para chegar ao seu destino.

Uma coleira com GPS foi instalada na raposa em março de 2018, quando ela foi solta em uma ilha do arquipélago norueguês. Em 16 de abril ela já estava na Groelândia, 21 dias e 1.512 quilômetros depois. A fêmea de menos de um ano de idade seguiu seu caminho, chegando à Ilha Ellesmere, no norte do Canadá, no dia 1o de julho, com mais de 3,5 mil quilômetros percorridos. Mais do que a distância, impressionou a velocidade da jornada: com uma média de 46 quilômetros por dia, houve dias em que a raposa chegou a percorrer 155 quilômetros.

Para realizar tal façanha, a raposa contou provavelmente com uma carona fundamental: um bloco de gelo marinho. “O gelo marinho desempenha um papel fundamental para raposas das montanhas migrarem entre áreas, encontrarem outras populações e acharem comida”, disse Eva Fuglei, do Instituto Polar. O rastro do animal foi perdido desde que chegou ao Canadá –o que indica que a jornada pode ainda ter sido mais extensa.

Não há registros de uma raposa indo tão longe e tão rápido, mas a história também aponta para a importância da preservação do meio-ambiente em sua totalidade. Sem blocos de gelo nos mares, a raposa não poderia fazer sua migração – e, com isso, se alimentar. Trata-se, portanto, de uma perfeita ilustração do equilíbrio natural em seus mínimos detalhes, que oferece vida aos seres da Terra.

Publicidade

© fotos: divulgação


Canais Especiais Hypeness