A construção civil é um dos setores que mais causam impactos ambientais. Não é à toa que estão surgindo cada vez mais iniciativas de bioconstrução, como a do arquiteto brasileiro Bernardo Andrade – um dos cinco finalistas da América Latina e Caribe do prêmio global Jovens Campeões da Terra. Usando a bioconstrução para reduzir os impactos ambientais da construção civil no Semiárido brasileiro, ele criou um protótipo chamado “Casa do Semiárido”, de baixo custo, que utiliza recursos locais, como madeira e terra, e se adapta às necessidades específicas desse bioma.

Ocupando cerca de 18% do território nacional, a população do semiárido brasileiro é a que mais enfrenta desafios ambientais, com ciclos de chuva escassos, solos degradados e altas temperaturas. São iniciativas como a de Bernardo que podem ajudar a amenizar o impacto destas características locais — e ainda gerar benefícios para as pessoas e o meio ambiente.

Seu modelo foi pensado para minimizar o uso de recursos, reutilizar água e materiais e integrar práticas agrícolas regenerativas e sustentáveis: “A escassez de água é provavelmente o maior problema do Semiárido. Assim, ao planejarmos a casa modelo, pensamos em expandir os reservatórios tradicionais de captação de água. Também criamos mecanismos para armazenar e reutilizar este recurso, separando a água destinada às pias e chuveiros (água cinza) daquela que abastece a descarga de vasos sanitários”, explicou à ONU Meio Ambiente.

Além das técnicas inovadoras, ele afirma que pretende criar um manual didático para que possa transmitir às comunidades locais os conhecimentos e técnicas implementados. Segundo o jovem, desafios ambientais podem ser resolvidos através da intervenção e boa vontade humana. É de pessoas assim que este Brasil precisa!
Bioconstrução
Se o conceito de bioconstrução já esteve associado à ideia romantizada de pessoas construindo suas casas com suas próprias mãos, hoje ele faz parte de uma lógica de sustentabilidade, que visa diminuir ao máximo os impactos ambientais da construção tradicional.
A técnica está tão em alta que o número de ecovilas no Brasil é cada vez maior. Listada como uma das 100 melhores práticas para o desenvolvimento sustentável, nomeadas oficialmente através de uma lista da ONU, o modelo de vida traz soluções viáveis não somente para o meio ambiente, quanto para a erradicação da pobreza.