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Febre nos anos 2000, quando o arquétipo de beleza feminina era ser magra e ter seios grandes, houve uma época em que muitas mulheres brasileiras faziam implante de silicone. Hoje, os tempos são outros e quase duas décadas depois podemos observar o fenômeno contrário acontecendo. Muitas destas mulheres começaram a retirar suas próteses, em uma cirurgia conhecida como “explante”. Por diversos motivos, estas mulheres que já foram reféns do cruel ideal de beleza, hoje voltaram a se sentir belas em um constante trabalho de aceitação.
Segundo dados da SBCP – Sociedade Brasileira de Cirurgias Plásticas, a cirurgia plástica para aumento dos seios ainda é a mais procurada entra as brasileiras, mas a porcentagem de mulheres que decidem entrar no centro cirúrgico tem diminuído a cada ano. Brasil e Estados Unidos são os países referência em relação à cirurgia plástica, mas é preciso observar os números sob uma perspectiva mais antropológica e abandonar a questão mercadológica. A ditadura da beleza que transforma as mulheres em simples objeto é a maior responsável pelas quase 2 mil cirurgias plásticas realizadas por dia no Brasil.
Se a cirurgia plástica representa um dos maiores avanços da medicina, é importante reconhecer que ela oferece seus riscos e que deveria ser realizada apenas em caso de necessidade. No entanto, muitas mulheres caíram no conto da vaidade extrema, como a bióloga Carolina Scultori, que acaba de realizar o explante. Quando colocou sua prótese, na época do boom do silicone, ela se sentia um menino. Em entrevista para o UOL, ela afirma: “Eu era muito magra, me sentia um menino. Resolvi pegar a poupança que juntava desde que nasci para colocar silicone, cometer essa loucura”.
Larissa de Almeida
Hoje, muitas mulheres como Carolina estão fazendo a mesma coisa. Com as redes sociais, muitos grupos de mulheres começaram a discutir sobre os riscos à saúde das próteses de silicone, questões que há pouco tempo não entravam em pauta. Fora os riscos de rejeição e alergias, estudos dizem que o silicone pode levar às mulheres adquirirem doenças autoimunes.
Este é o caso de Maria Luísa, que resolveu tirar seu implante há 4 meses, depois de constatar que havia adquirido Tireoidite de Hashimoto – uma doença autoimune: “Estou na fase assintomática, mas o endocrinologista disse que temos que fazer exames duas vezes ao ano para acompanhar. O que sei é que várias mulheres que colocaram silicone acabam adquirindo alguma doença autoimune”.
Segundo Suzy Vieira – mestre em cirurgia plástica pela USP, a vontade de retirar o implante de seios possui sobretudo duas explicações. Além de uma maior aceitação de seus corpos, graças às constantes discussões sobre feminismo e o papel da mulher na sociedade, a internet permite com que as informações estejam cada vez mais acessíveis. Hoje já são diversos os estudos sobre as chamadas Breast Implant Illness – BII, em português, Doença do Implante Mamário. Problemas como fadiga, perda de memória, erupção cutânea, “névoa cerebral” e dor nas articulações, são apenas alguns dos sintomas que um corpo estranho pode causar à mulher.
No Brasil, o caso Allergan acabou incitando a procura das pacientes para realizar o explante. Em 2019, a Anvisa suspendeu a comercialização do implante de silicone feito pela empresa Allergan, associado a casos de câncer. Apesar de inconclusivas, pesquisas ligam o silicone a uma maior chance de desenvolver linfoma anaplásico de grandes células, já que a substância intensifica a reação imunológica de organismo ao estimular a produção adequada de anticorpos ou linfócitos.
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