Estágios iniciais do Parkinson são descobertos e indicam avanços em direção à cura

Gabriela Glette Uma jornalista e produtora de conteúdo que mora na França. Apaixonada por viagens e inquieta por natureza, ela encontrou no nomadismo digital o segredo de sua felicidade, e transforma a saudade que sente da família e amigos em combustível para escrever suas histórias. Gabriela também é fundadora do site Quokka Mag, onde fala apenas sobre coisas boas!

Perturbação degenerativa crônica do sistema nervoso central, o mal de Parkinson afeta principalmente a coordenação motora. No entanto, atualmente o diagnóstico é clínico, ou seja, feiro tardiamente quando a pessoa já apresenta os sintomas da doença. A boa notícia é que pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da University of Virginia School of Medicine – dos EUA, acabam de descobrir os estágios iniciais da doença, o que pode representar um passo importante em direção à cura.

O Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum depois do Alzheimer. A comunidade científica já sabia que ele estava ligado ao acúmulo da proteína alfa-sinucleína no cérebro, mas agora foi possível identificar a formação inicial dessas estruturas e também a forma como elas se espalham pelo cérebro.

Ainda não existe tratamento que cure ou atenue a doença, mas esta descoberta pode mudar o rumo das coisas, já que será possível identificar a doença precocemente. “A grande questão é saber qual é o alvo para poder desenvolver uma terapia, um medicamento. O nosso trabalho mostra, exatamente, a formação dos chamados oligômeros competentes”, explica Jerson Lima Silva – um dos autores da pesquisa.

Hoje o mal de Parkinson afeta mais de 5 milhões de pessoas no mundo, que dependendo do grau da doença acabam perdendo suas funções motoras, fisiológicas e/ou sua capacidade cognitiva. A próxima etapa do estudo será rastrear as drogas que bloqueiam os oligômeros – proteína possível causadora da doença.

O mal de Parkinson

Esta doença é silenciosa e os sintomas costumam se manifestar aos poucos. Os principais e mais comuns são: tremores, rigidez, lentidão de movimentos e dificuldade em caminhar. No entanto, em algumas pessoas podem também ocorrer problemas de raciocínio e comportamentais. Nos estádios avançados da doença é comum a presença de demência.

A doença geralmente ocorre em pessoas com idade superior a 60 anos, das quais cerca de 1% é afetada. Mais de 150 mil pessoas morrem todos os anos em decorrência da doença.