Ciência

Este engenheiro se recusou a ficar rico com uma descoberta que pode salvar milhões de vidas

21 • 10 • 2019 às 17:39
Atualizada em 21 • 10 • 2019 às 18:11
Yuri Ferreira
Yuri Ferreira   Redator É jornalista paulistano e quase-cientista social. É formado pela Escola de Jornalismo da Énois e conclui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Já publicou em veículos como The Guardian, The Intercept, UOL, Vice, Carta e hoje atua como redator aqui no Hypeness desde o ano de 2019. Também atua como produtor cultural, estuda programação e tem três gatos.

O engenheiro e pesquisador da UFRJ, Gustavo Dias Azevedo viralizou nas redes sociais após recusar uma grande oferta de dinheiro pelas descobertas de tese doutorado que beneficiaria a vida de milhares de mulheres.

O tweet de Gustavo viralizou

O engenheiro químico apresentou o trabalho que apresentava a utilização de micropartículas para matar tumores vascularizados, como o mioma. A indústria farmacêutica, ao conhecer as descobertas de Gustavo, logo foi atrás da tese do jovem para produzir o novo tratamento de maneira industrial e ser detentora do mecanismo de combate.

Gustavo recusou. “Ao aceitar a proposta, duas coisas aconteceriam: 1) O monopólio de produção das bolinhas seria exclusivo da empresa. Como ainda não há patente, eu não ganharia nada por isso; 2) Porque a empresa iria possuir o monopólio de produção, o preço seria definido exclusivamente por ela“, disse em seu Twitter.

Segundo o pesquisador, graças ao baixo custo de produção das micropartículas, a tecnologia deveria ser facilitada ao SUS (Sistema Único de Saúde). Gustavo disse que com um baixo investimento seria possível realizar a embolização de todo o nosso país.

Além disso, o pesquisador adicionou uma face importante do estudo. Ele seria uma mão na roda para as mulheres, que, em casos de miomas, são sempre diagnosticadas à histerectomia (remoção do útero). Segundo Gustavo, boa parte da comunidade médica – especialmente os cirurgiões responsáveis pela histerectomia – recusariam o novo tratamento.

“No Brasil, a maioria das mulheres que desenvolvem miomas são negras e pobres e sequer tem um diagnóstico adequado. Ou seja, quem poderia pagar por essas bolinhas? As mesmas que podem pagar por um plano de saúde.”, adicionou o engenheiro e professor de Química.

– Ginecologia feminista e alternativa empodera mulheres com auto conhecimento

“Graças à universidade pública, eu pude pesquisar aquilo que fazia meu coração bater mais forte, colocando meus princípios em primeiro lugar. Hoje, meu sonho é que essas bolinhas cheguem ao SUS para que todas e todos tenham acesso a esse tratamento.”

Dá uma olhada na história dele no Twitter (e também na reação do povo):

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Foto: Reprodução/Twitter


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