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O Google está no centro de uma polêmica que até, digamos, ressuscitou os dicionários. O rebuliço se deu após críticas sobre os resultados de busca da palavra professora, que além do significado tradicional, era definida como “prostituta que inicia os adolescentes na vida sexual”.
– Como o racismo algoritmo se vale da ausência de negros na tecnologia
Machismo coloca Google na berlinda de novo
A definição causou surpresa e rendeu uma série de críticas ao Google, que se defendeu. A empresa norte-americana declarou que mantém parcerias com dicionários para o fornecimento de “informações e serviços que o usuário procura”.
Trocando em miúdos, o Google tentou tirar o corpo fora se colocando ‘apenas’ como o mensageiro. A companhia, porém, excluiu a associação entre professores e prostitutas na última quarta-feira (23).
Especialistas discordam da tentativa da gigante norte-americana de tecnologia de culpar os dicionários. Henrique Braga, autor de português do Sistema Anglo de Ensino, declarou ao G1 que “culpar o dicionário por isso é o mesmo que culpar o termômetro pela febre”.
Esta não é a primeira vez que a tecnologia esbarra em costumes, digo, preconceitos enraizados socialmente. Os professores, vocês sabem, são pouco valorizados em muitas parte do mundo.
Some isso ao machismo que permeia o tecido social e, claro, prejudica o dia a dia de professoras. Elas precisam lidar com todo o tipo de violência, inclusive associadas com o sexismo.
– ‘Anti-maternidade’: Funcionária acusa Google de discriminar mulheres grávidas
O mesmo Google foi acusado de racismo ao oferecer resultados diferentes na busca de estilo de tranças. O penteado afro era classificado como ‘bonito’ se usado por pessoas brancas e ‘feio’ ao ser associado com homens e mulheres negras.
O Google excluiu a definição machista
O Hypeness conversou sobre o assunto com Sil Bahia, mestre em Cultura e Territorialidades pela Universidade Federal Fluminense (UFF), que aponta comportamentos racistas de algoritmos como resultado da ausência de profissionais negros nestes espaços. A mesma leitura pode ser feita para o machismo.
“Os algoritmos são um conjunto de instruções que consultam bancos de dados para executar sua função/ação. Se não há diversidade na produção de novas tecnologias, e tecnologias são produzidas por pessoas, as ações dos algoritmos não considerará muitos aspectos e/ou reforçará outros. Os algoritmos trabalham com probabilidades, não com certezas, o problema é que estamos delegando muitas das nossas decisões para as máquinas sem levar isso em consideração. E além de tudo, não somos estimulados a pensar sobre ‘quem produz as tecnologias’. Já é possível perceber que a falta de diversidade no setor pode gerar um aprofundamento das desigualdades, tamanha a dimensão que todos esses aparatos tecnológicos têm nas nossas vidas”, explicou a diretora do Olabi.
A Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) protocolou notificação extrajudicial contra o Google na terça-feira (22). Professora Bebel, que é deputada e presidente do órgão, falou sobre o caso ao G1.
“Grande constrangimento e revolta de todos que respeitam as professoras deste país”, ressaltou ela que exigiu a retirada do conteúdo machista.
O preconceito de gênero não é exclusividade das telas tecnológicas. O Hypeness preparou uma reportagem especial mostrando como as mulheres são estigmatizadas pelos dicionários.
‘Rabo de saia’ e ‘rachada’ são algumas das definições para o sexo feminino nas páginas dos dicionários. Além de refletir a realidade do mundo em que vivemos, os termos presentes nas páginas de consulta fomentam a continuidade das violências contra as mulheres.
Confira algumas definições abaixo:
-Racha/Rachada;
– Adolescente do sexo feminino após sua primeira menstruação, quando passa a ser capaz de conceber, distinguindo-se, assim, da menina;
– Pessoa do sexo feminino, de classe social menos favorecida, em oposição a senhora;
– Aquela com quem o homem tem relação estável, mas sem vínculo legal; amante, concubina;
– Pessoa do sexo feminino, após sua primeira relação sexual: Tornou-se mulher ainda na adolescência;
– Homem efeminado que tem modos, gostos e atitudes considerados femininos;
– Indivíduo homossexual que em uma relação sexual tem atuação passiva.
“A mudança do sentido, significado e peso das palavras caminha junto com uma mudança de estrutura opressora e de pensamento dessa sociedade tão iludida, tão fundada num falseamento da realidade, como Paulo Freire bem alertou”, pontuou Viviane Cristina Vieira – doutora em linguística e professora de análise de discurso da UnB (Universidade de Brasília).
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