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Ele jogou em Portugal, no Japão e na Turquia. Vestiu camisas pesadas do futebol brasileiro, Vasco, Ponte Preta, Bahia e Corinthians. Régis Pitbull foi um nome importante do futebol brasileiro na primeira década desse século, mas hoje sua luta fora do campo parece mais complicada que ultrapassar as linhas de defesa perto da grande área.
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O jogador deu um depoimento exclusivo ao UOL sobre a luta contra a dependência química, o glamour do futebol e, claro, racismo.
“Não sou seu coitadinho, não preciso da sua pena, não me arrependo do que fiz e do que sou. Você me pergunta o que eu sou. Eu sou um adicto em recuperação. Mas também sou mais que isso. Essa é a minha história”, disse Régis com exclusividade ao UOL.
Régis “Pitbull” em sua apresentação no Corinthians, em 2004
Régis Pitbull jogou em 2004 num Corinthians que brincou com o perigo e quase caiu para a segunda divisão do Campeonato Paulista. No ano seguinte, o Timão se consagraria campeão Brasileiro, mas o atacante já era jogador da Portuguesa. Na verdade, Régis foi ídolo mesmo na Ponte Preta, onde ganhou o apelido de ‘Pit‘ e o passaporte para o futebol internacional. Também foi no alvinegro de Campinas que encerrou sua carreira, em 2012.
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Antes do fim de sua história nos gramados profissionais, Régis já tinha tido problemas com drogas na carreira. Foi suspenso por doping em 2001 e em 2009, em ambos os casos por consumo de maconha. Quase foi expulso do esporte. Depois da aposentadoria, caiu de frente com o pior dos mundos: a dependência em crack.
Régis com a camisa do Marítimo, de Portugal
Régis está em tratamento e reduziu consideravelmente o consumo da droga desde 2012.
“Outro dia circulou na internet um vídeo, e os caras vieram dizer que eu estava pedindo esmola. Isso é mentira. Se eu fosse branco, o vídeo seria só “um cara recebendo um troco dos amigos”. Mas eu sou preto. Um preto ganha um dinheiro de madrugada e ele já está pedindo esmola. Meu pessoal ficou puto, minha mãe ficou uma arara. Na quebrada todo mundo tem família”, afirmou o jogador ao UOL.
O racismo ainda é um grave problema no futebol brasileiro. Nesse mês de outubro, o Observatório da Discriminação Racial no Futebol fez uma campanha com os dois únicos treinadores negros da elite do futebol brasileiro, Roger Machado, do Bahia, e Marcão, do Fluminense. O treinador do tricolor bahiano foi contundente ao falar sobre racismo no Brasil e no futebol.
“A gente precisa falar sobre isso. Precisamos sair da fase da negação. Nós negamos. ‘Ah, não fala sobre isso’. Porque não existe racismo no Brasil em cima do mito da democracia racial. Negar e silenciar é confirmar o racismo. Minha posição como negro na elite do futebol é para confirmar isso. O maior preconceito que eu senti não foi de injúria. Eu sinto que há racismo quando eu vou no restaurante e só tem eu de negro. Na faculdade que eu fiz, só tinha eu de negro. Isso é a prova para mim. Mas, mesmo assim, rapidamente, quando a gente fala isso, ainda tentam dizer: ‘Não há racismo, está vendo? Vocês está aqui’. Não, eu sou a prova de que há racismo porque eu estou aqui”, afirmou Roger em entrevista coletiva após a ação do Observatório da Discriminação Racial no Futebol.
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