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Mais uma vez o racismo que objetifica e sexualiza pessoas negras foi escancarado. Tudo começou com uma busca simples feita no Google, que revelou como mulheres negras são entendidas pelos algoritmos da plataforma de pesquisa.
Quem denunciou isso foi a relações-públicas Cáren Cruz, de Salvador (BA), que fazia pesquisa para produzir uma apresentação corporativa em uma empresa. Ela expôs o caso no dia 1º de outubro em postagem no Facebook.
— Como o racismo algoritmo se vale da ausência de negros na tecnologia
Foto de mulher negra dando aula, que obviamente não foi encontrada na busca do Google
A pesquisa “mulher negra dando aula” no Google Imagens exibe resultados pornográficos, com cenas de sexo explícito. O mesmo não acontece quando se busca “mulheres dando aula” ou “mulheres brancas dando aula”.
“Eu desenvolvo consultoria de RP para empresas e estava preparando uma apresentação. Uso um programa de criação para isso mas, no banco de imagens deles, quando digitava ‘mulher dando aula’, só apareciam brancas. E eu queria, na verdade, me representar ali, queria uma imagem mais realista”, disse Cáren ao Universa.
“Foi quando, com pressa, joguei no Google e vi essas imagens. Apagando a palavra ‘negra’, as imagens eram realmente relacionadas a dar aula. Sou mulher negra, convivo o tempo todo com racismo e fetichismo”, continuou.
Pesquise no Google imagens (aquela busca rápida com as frases destacadas abaixo, faça uma pesquisa por vez) e me diga. “mulheres negras dando aula”“mulheres dando aula”“mulheres brancas dando aula”#googlebrasil #googleimagens
Posted by Cáren Cruz on Tuesday, October 1, 2019
Por meio de nota, a assessoria do Google Brasil disse ao site Bahia Notícias que também foi surpreendida, que ainda não é possível dizer o que ocasiona esse resultado na busca e que uma equipe trabalha para encontrar o problema e corrigi-lo.
— Banco de imagens gratuito e colaborativo: pela representatividade da mulher negra na comunicação
“Quando as pessoas usam a busca, queremos oferecer resultados relevantes para os termos usados nas pesquisas e não temos a intenção de mostrar resultados explícitos para os usuários, a não ser que estejam buscando isso. Claramente, o conjunto de resultados para o termo mencionado não está à altura desse princípio e pedimos desculpas àqueles que se sentiram impactados ou ofendidos”, disse a nota.
“É evidente como o preconceito racial e o sexismo aparecem como marcadores discriminatórios para a mulher negra na sociedade. E não há como negar que o estigma da hipersexualização, oriundo de um processo histórico colonial no Brasil, é uma das formas latentes de manutenção da racialização dos sujeitos. A estrutura social programada não inclui a mulher negra na sua intelectualidade, esta perpassa entre gerações, sempre vinculada aos moldes e ao uso discriminatório do seu corpo. E a mídia, assim como as plataformas tecnológicas, reproduzem esse referencial depreciador no que tange à imagem da mulher negra na representação social”, afirmou a empresa.
Em contato com o Hypeness, o Google orientou os usuários a utilizarem o SafeSearch, “ferramenta que ajuda a filtrar conteúdo sexualmente explícito dos seus resultados”.
Ainda de acordo com a empresa norte-americana, o SafeSearch “foi criado para ajudar a bloquear resultados explícitos, como a pornografia”. A ferramenta, no entanto, não assegura 100% de precisão.
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