Sustentabilidade

Embarcação grega está sendo investigada por vazamento de petróleo no nordeste

01 • 11 • 2019 às 17:31 Yuri Ferreira
Yuri Ferreira   Redator É jornalista paulistano e quase-cientista social. É formado pela Escola de Jornalismo da Énois e conclui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Já publicou em veículos como The Guardian, The Intercept, UOL, Vice, Carta e hoje atua como redator aqui no Hypeness desde o ano de 2019. Também atua como produtor cultural, estuda programação e tem três gatos.

Dois meses depois dos primeiros resíduos de petróleo serem encontrados nas praias do Nordeste brasileiro, finalmente as investigações indicaram qual a origem desse desastre ambiental e apontam para um caminho comum: uma embarcação grega.

Segundo a Polícia Federal, um navio de bandeira da Grécia transportava óleo da Venezuela em direção à Singapura. Conforme indicam imagens de satélite, o vazamento da carga ocorreu a cerca de 700 quilômetros da costa brasileira.

Boubolina, a embarcação suspeita pelo vazamento de petróleo

A embarcação, de bandeira grega, atracou na Venezuela em 15 de julho, permaneceu por três dias, e seguiu rumo a Singapura, pelo oceano Atlântico, vindo a aportar apenas na África do Sul. O derramamento investigado teria ocorrido nesse deslocamento“, afirmou a Polícia Federal em comunicado oficial.

– Óleo no Nordeste: saiba como você pode ajudar na limpeza das praias

A PF está executando mandados de busca e apreensão para entender a situação e encontrar os responsáveis. O navio apontado como responsável, o “Bouboulina”, já foi operado pela Petrobras. A empresa responsável pela embarcação – a Delta Tankers LTD, da Grécia – também já foi parceira da nossa principal produtora de petróleo.

As manchas de óleo continuam avançando e já foram observados resquícios do acidente em Porto Seguro, sul da Bahia. A tendência é que o vazamento continue em direção ao Sudeste, podendo chegar ao Espírito Santo e ao Rio de Janeiro. O Governo do Estado de São Paulo criou um grupo de monitoramento para combater o problema antes que as manchas cheguem no litoral paulista.

“Embora a responsabilidade constitucional sobre acidentes de grande magnitude em mares seja da União, estamos monitorando o avanço das manchas de óleo na costa brasileira e a chegada no sul da Bahia acendeu o sinal de atenção. Nossas equipes articulam medidas preventivas. Se eventualmente for necessário estaremos preparados para atuar em parceria com o Governo Federal”, disse o secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente de São Paulo, Marcos Penido, em um comunicado oficial do governo.

– O que se sabe até agora sobre as manchas de óleo no Nordeste

Não existem previsões para quando o vazamento terá de deixar efeitos ou quando ele irá parar de se diluir pelo litoral brasileiro. Cientistas apontam que seus efeitos serão sentidos por mais de 200 anos. A tragédia no Nordeste ultrapassa os limites e já é considerada o maior desastre ambiental marítimo da história do Brasil.

 

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