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O jogador Taison Freda, que defendeu a seleção brasileira na ‘Copa do Mundo’ de 2018 e atua no Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, foi vítima de racismo advindo da torcida do principal rival do clube no país. Durante o clássico contra o Dínamo de Kiev, Taison sofreu ofensas racistas e revidou com o punho em riste contra a torcida adversária.
Não bastasse ser alvo de preconceito, Taison foi expulso do jogo por revidar as ofensas ao comemorar seu gol que, para calar a boca dos racistas, foi o tento da vitória do Shakhtar. A comunidade internacional do futebol se revoltou com a decisão do juiz. Entretanto, a Associação Ucraniana de Futebol manteve a punição ao atleta, puniu o clube em um valor de 80 mil reais.
A AUF também aplicou uma multa de 20 mil euros ao Dínamo de Kiev e a pena de um jogo com portões fechados em casa.
“Jamais irei me calar diante de um ato tão desumano e desprezível! Minhas lágrimas foram de indignação, de repúdio e de impotência por não poder fazer nada naquele momento! Em uma sociedade racista, não basta não ser racista, precisamos ser antirracistas!”, desabafou Taison em seu Instagram.
Não foi só ele que sofreu com o racismo dos torcedores adversários. Seu companheiro de time Dentinho, ex-Corinthians, saiu em lágrimas do campo e relatou que o clássico foi um dos piores dias da sua vida.
– Após criticar liga por racismo, Jay-Z vira estrategista de entretenimento da NFL
“Eu estava fazendo uma das coisas que mais amo na minha vida, que é jogar futebol e, infelizmente, acabou sendo o pior dia da minha vida. Durante o jogo, por três vezes, a torcida adversária fez sons que lembravam macacos, sendo duas vezes direcionadas a mim. Essas cenas não saem da minha cabeça. Não consegui dormir e já chorei muito. Sabe o que eu senti naquele momento? Revolta, tristeza e nojo de saber que ainda existem pessoas tão preconceituosas nos dias de hoje”, afirmou.
A FIFPro (Federação Internacional dos Atletas Profissionais de Futebol) revidou a decisão da Associação Ucraniana de Futebol em nota.
“Estamos muito decepcionados com a decisão da Associação Ucraniana de Futebol de punir Taison com um jogo. Punir uma vítima de racismo vai além da compreensão e joga a favor daqueles que promovem esse comportamento vergonhoso.”
Torcedores do Dínamo de Kiev ostentando suásticas e homenagens à Ku Klux Klan
O racismo ainda é um grave problema no esporte. Na Europa, ofensas racistas e clubes que assumidamente não aceitam jogadores de determinadas origens étnicas são comportamentos comuns por parte de torcidas. Na Itália, recentemente, vimos casos de racismo com Mario Balotelli, atualmente no Brescia, e também com Lukaku, na Inter de Milão. No último caso, inclusive, uma das principais torcidas organizadas da Inter saiu em defesa dos racistas adversários, dizendo ao jogador que não deveria sofrer com esse tipo de ofensa.
Na Inglaterra, treinadores já anunciaram que irão retirar seus times de campo em casos de racismo e, mesmo após muita luta, vemos que o negro é visto de maneira subjugada no futebol. Também não vá pensando que a coisa só acontece na Ucrânia.
Há algumas semanas Fábio Coutinho, que trabalha como segurança no Mineirão, foi alvo de xingamentos racistas. O ato de preconceito veio de dois torcedores do Atlético-MG, Adrierre Siqueira da Silva, de 37 anos, e Natan Siqueira Silva, de 28, que na tentativa de limpar a barra, disseram no Departamento de Operações Especiais (Deoesp), que têm amigos negros.
Racismo é praxe aqui no Brasil também
“De forma alguma, tanto é que eu tenho irmão negro, tenho pessoas que cortam o meu cabelo há dez anos que são negras, amigos que são negros. Isso não foi da minha índole, pelo contrário. De forma alguma eu falei aquilo. A palavra direcionada foi ‘palhaço’ e não ‘macaco’”, declarou Natan.
Dentro de campo, Tinga precisou lidar com ofensas racistas de torcedores do Real Garcilaso, do Peru. A fala do jogador ao G1 dá a noção do tamanho da ferida aberta.
“Eu queria não ganhar todos os títulos da minha carreira e ganhar o título contra o preconceito contra esses atos racistas. Trocaria por um mundo com igualdade entre todas as raças e classes”.
Uma das principais organizações contra o racismo no Brasil é o Observatório da Discriminação Racial do Futebol, que tem comandado ações com diversos clubes da elite do futebol brasileiro, atentando para questões raciais dentro e fora do esporte.
Ao Hypeness Marcelo Carvalho, fundador do Observatório do Racismo, destacou a falta de compromisso de todos os setores que cercam o chamado mundo do futebol contra o racismo.
“A estrutura do esporte, do futebol, é muito racista. Temos jogadores negros, mas é chão da fábrica. Não temos dirigentes, treinadores ou comentaristas negros. Se a grande maioria dos atletas são negros, como não temos a representatividade nas bancadas? Cito o fato de não termos jornalistas e comentaristas negros – que influencia muito na falta de mudança do cenário”, explica.
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