Empreendedorismo

Primeira loja colaborativa trans do Brasil ajuda a incluir pessoas no mercado de trabalho

12 • 11 • 2019 às 17:02
Atualizada em 14 • 01 • 2020 às 10:07
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.


A cosmetóloga Fernanda Kawani Custódio e o produtor cultural Guttervil Guttervil fundaram juntos a primeira loja colaborativa feita por pessoas trans do Brasil. A Translúdica já possui um espaço físico em São Paulo, além de uma loja virtual para atender o resto do país.

O comércio surgiu após Fernanda, uma mulher trans, se deparar com a ausência de possibilidades no mercado de trabalho para transgêneros. Mesmo tendo se formado em cosmetologia em 2010, ela nunca pode trabalhar como CLT e sobreviveu durante anos apenas fazendo bicos.

Para chegar a um destes trabalhos temporários, ela passava em frente a uma rua onde muitas travestis se prostituiam. Próximo dali havia também uma loja colaborativa. Foi quando surgiu o estalo de unir as duas coisas e oferecer outras oportunidades de trabalho a estas pessoas.

Na mesma época, Fernanda entrou para o teatro e conheceu Guttervil, que é agênero. Juntos, eles construíram um modelo de negócios e começaram realizando um bazar a cada dois meses, em um espaço cedido por um refugiado, conforme contaram ao Catraca Livre.

O dinheiro obtido com o bazar foi usado para investir em um espaço físico, na Rua Augusta, em São Paulo. A região foi escolhida justamente por ser um espaço de aceitação LGBT.

Desde dezembro, a casa da Translúdia está aberta a propostas de pessoas trans que trabalhem com varejo, mas o objetivo é expandir a atuação em breve, incluindo outros serviços, como cabeleireiros, fotógrafos, etc. Para participar, basta ser trans e estar disposto a vender um produto próprio ou em formato de revenda.

A cada três meses, o time de colaboradores muda, visando oferecer oportunidades a um número maior de pessoas. Os produtos incluem itens focados no público trans, como binder, mas também aqueles que são feitos por pessoas trans, embora possam ser usados também por cisgêneros, que formam hoje cerca de 70% do público da loja.

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