Debate

Homem que usou suástica nazista em bar é pecuarista de 57 anos

17 • 12 • 2019 às 16:31
Atualizada em 17 • 12 • 2019 às 16:50
Yuri Ferreira
Yuri Ferreira   Redator É jornalista paulistano e quase-cientista social. É formado pela Escola de Jornalismo da Énois e conclui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Já publicou em veículos como The Guardian, The Intercept, UOL, Vice, Carta e hoje atua como redator aqui no Hypeness desde o ano de 2019. Também atua como produtor cultural, estuda programação e tem três gatos.

“O Brasil está nazificando-se”, disse Adriana Lima, uma antropóloga especialista em grupos extremistas de direita. A expansão do neonazismo no Brasil tem se dado de maneira singular e ao que parece, a tolerância para esse tipo de ideia têm crescido no país. Como já diria Bertold Bretch, “a cadela do fascismo está sempre no cio”. E parece que cada vez mais.

Nessa semana, uma imagem viralizou no Twitter. Um homem utilizava uma faixa com uma suástica no braço esquerdo, ao modo como os nazistas ostentavam o símbolo durante o regime mais terrível da história. A repercussão da foto se deu especialmente porque as autoridades não tomaram atitude alguma contra o homem, tendo em vista que a exibição de símbolos nazistas é crime no Brasil.

Segundo a VEJA, o homem foi identificado como José Eugênio Adjuto, um pecuarista de 57 anos. Segundo testemunahs oculares, a polícia chegou a averiguar a situação, mas não percebeu a violação do artigo 20º da lei  Lei nº 7.716, de 1989. A legislação diz que é proibido “fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo”. A pena para a violação da lei vai de 2 a 5 anos, acompanhada de multa.

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A Polícia Militar foi conivente com a exibição da faixa. “O entendimento inicial dos policiais militares, pelas circunstâncias no local, foi de que o uso da faixa não se enquadrava no verbo VEICULAR, e nem nos demais verbos do tipo legal previsto, citado anteriormente. Ante ao exposto, optou para que o indivíduo fosse orientado a retirar a citada braçadeira, para evitar problemas de segurança que poderiam advir em razão da indignação de outras pessoas presentes, e a situação foi resolvida no local”, afirmou em nota.

A Polícia Civil de Unaí abriu um inquérito para segunda averiguação do fato. José Eugênio é criador de gados e é conhecido como Zecão Adjuto. A família Adjuto é uma das principais do pequeno município mineiro. Procurado por diversas equipes de reportagem, o pecuarista não atendeu ligações nem comentou o caso.

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Segundo um familiar de José Eugênio, o homem tem problemas psicológicos. “Abomino o que o meu parente fez, e, apesar de saber que ele enfrenta sérios problemas psíquicos de saúde, fato que é do conhecimento de várias pessoas que também o conhecem aqui na cidade, sei que ele agiu de maneira consciente, e, por isso mesmo, não passo a mão leve na sua atitude”, afirmou à revista Francisco Adjuto, parente do homem que usou suástica nazista em bar.

 

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Foto: Reprodução/Twitter


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