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‘O primeiro Campeonato Carioca de Apertar Um‘ é uma das atrações inusitadas e polêmicas de um dos bares mais conhecidos pelos moradores da cidade maravilhosa, o Bukowski, localizado em Botafogo, na Zona Sul do Rio.
Em uma publicação aberta no Facebook, a casa promete premiar, no próximo sábado, os três candidatos que apresentarem os cigarros de maconha mais próximos da perfeição com um prêmio de R$ 1 mil em consumação no próprio bar.
A premiação foi batizada de ‘vale porre’ e deve dar R$ 500 para o primeiro lugar, R$ 300 para o segundo e R$ 200 para o terceiro melhor baseado. Além do tempo que o candidato vai levar para enrolar o cigarro, os jurados vão avaliar a firmeza do ‘fininho’. Pedro Berwanger, proprietário do bar e idealizador do campeonato, deixou claro ainda que: “Pastel (cigarro achatado na gíria) não vale”.
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Como a cannabis (nome científico da maconha) é proibida no Brasil, a matéria prima dos concorrentes será obrigatoriamente o orégano. Berwanger diz ainda que a competição é uma forma de protesto. “Nós somos favoráveis à legalização da maconha e esta foi uma forma divertida que encontramos para falar de coisa séria. Vamos levantar a bandeira sem infringir as leis”.
Embora muita gente tenha concordar com a ideia exposta na publicação, salta aos olhos o fato de um bar, mesmo que em tom de ‘brincadeira’, possa falar abertamente sobre maconha enquanto jovens negros e pobres, no mesmo Rio de Janeiro, não conseguem atravessar a rua para ir ao trabalho, estudar.
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É importante ressaltar que o Hypeness sempre defendeu a descriminalização da maconha. Ela, no entanto, não pode privilegiar ninguém – tampouco moradores que já gozam de certas regalias. Portanto, a diversão de jovens da zona sul seria a última prioridade.
O chamado mercado de drogas do Brasil movimenta R$ 17 bilhões por ano, sendo que R$ 12 bilhões parte do consumo de maconha, de acordo com o Alberto Mendes Cardoso, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da República.
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Mas, o que faz um traficante merecedor de condenação? Por aqui é a cor da pele. Só na cidade de São Paulo, juízes condenaram proporcionalmente mais negros do que brancos: no caso da maconha, 71% dos negros foram condenados, com apreensão mediana de 145 gramas. Já entre os brancos, 64% foram condenados com apreensão mediana de 1,14 quilo, ou seja, uma medida quase oito vezes maior.
Mais uma vez, o problema não é maconha, que já passou da hora de ser descriminalizada, mas sim a liberdade que jovens (em sua maioria brancos) moradores da zona sul do Rio de Janeiro têm para abordarem o tema. A coisa para os jovens negros, como os números citados pela matéria, é bem diferente. No Brasil, condenação tem cor.
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