Paris inaugura jardim que homenageia Marielle Franco

Gabriela Glette Uma jornalista e produtora de conteúdo que mora na França. Apaixonada por viagens e inquieta por natureza, ela encontrou no nomadismo digital o segredo de sua felicidade, e transforma a saudade que sente da família e amigos em combustível para escrever suas histórias. Gabriela também é fundadora do site Quokka Mag, onde fala apenas sobre coisas boas!

Assassinada em março de 2018, a socióloga e política brasileira Marielle Franco recebeu uma bela homenagem em Paris, que agora possui um jardim suspenso com o nome da vereadora (PSOL).

Inaugurado em setembro de 2019, o jardim fica junto à Gare de l’Est, uma das principais estações de trem da capital francesa, no 10º distrito da cidade. Se os responsáveis pela morte desta grande defensora dos direitos humanos ainda não foram ‘encontrados’, diversos países já encontraram um jeito de reconhecer sua importância e homenageá-la.

O jardim é um espaço de mais de 2 mil metros quadrados e possui cerca de 70 árvores frutíferas. No dia da inauguração, estavam os pais e a filha de Marielle, além de claro, diversas autoridades francesas. Localizado no terraço de um hotel, a homenagem foi aprovada por unanimidade pela Câmera Municipal de Paris, quando Anne Hidalgo, que faz parte de uma rede européia que defende a democracia no Brasil – a RED.Br, fez o pedido.

Segundo a prefeitura da cidade luz, esta foi uma maneira de mostrar ao mundo que a França defende os direitos humanos , assim como os políticos em perigo. Em 2019, Marielle foi indicada para diversos prêmios e honrarias, entre eles o Prêmio Sakharov de direitos humanos, que também indicou o ex-deputado federal Jean Wyllys (PSOL), o líder Caiapó Raoni e a defensora da Amazônia Claudilice Silva do Santos.

A morte de Marielle Franco chocou os brasileiros, mas também repercutiu em toda a imprensa internacional. Na França, não foram poucas as manifestações de solidariedade. Em março de 2019, a prefeitura de Paris instalou um grande retrato de Marielle na fachada do icônico prédio. Quando um espaço público decide fazer uma demonstração como esta, o sinal é claro: a democracia brasileira corre perigo.