Sustentabilidade

Cidades que absorvem água da chuva são saída contra enchentes

10 • 02 • 2020 às 13:50
Atualizada em 10 • 02 • 2020 às 14:06
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

Para o arquiteto chinês Kongjian Yu, a saída contra as enchentes – questão central para solucionar um dos maiores problemas da atualidade em grandes centros urbanos – é deixar com que a natureza faça a parte dela: absorver e purificar. 

De maneira um pouco controversa, ele defende ainda que as inundações “não são inimigas” e que até podemos fazer “amizade” com ela. Ele é chamado de “o arquiteto das cidades-esponja” – e acaba de retornar à China depois de concluir doutorado sobre o problema das enchentes na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

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Campus da Universidade Shenyang, em Liaoning, funcionando como cidade-esponja

O conceito do especialista é mais simples do que parece e está sendo implantado em países como Rússia, Indonésia e na China, é claro, onde mais de 250 cidades estão trabalhando com Kongjian e seus colegas na criação de espaços pensados a partir do ciclo da água. 

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Yu quer canalizar e se livrar da água, trabalhando ao lado da natureza para absorver, limpar e utilizar a água da chuva. Nas épocas mais secas do ano, essas áreas ecológicas são usadas como parques. Na estação chuvosa, os espaços alagam, segurando a água sem paredes ou diques, e principalmente sem invadir áreas residenciais.

Os parques de contenção de água contam com paredes e telhados verdes, além de pavimentos permeáveis. De acordo com o Yu, a estrutura permite que a água fique limpa, a vegetação cresça e animais possam viver no local.

Para o arquiteto chinês, essa ideia pode ser parte da resposta global ao problema das inundações que assolam todas as partes do mundo.

Enquanto isso, em São Paulo: 

As fortes chuvas que atingem a cidade de São Paulo, trechos de vias importantes como as marginais Pinheiros e Tietê ficaram alagados e foram interditados desde a noite de domingo continuam causando alagamentos e quedas de árvores na madrugada e manhã de segunda-feira. Por volta das 12h20, eram 89 pontos de alagamentos, sendo 66 intransitáveis, de acordo com a última atualização do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências). Quanto ao transporte público, parte das linhas de metrô, trem e ônibus estão operando com lentidão e atraso. 

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Segundo dados dos Bombeiros divulgados por volta das 13h30, a Grande São Paulo tinha 796 acionamentos para enchentes, 120 para quedas de árvores e 140 para desabamentos e desmoronamentos. Uma pessoa ficou ferida num desabamento em Pirapora de Bom Jesus. Marcos Palumbo, capitão da corporação, aconselhou que as pessoas evitem sair de casa.

Tudo isso afeta o trânsito na cidade que, de acordo com a CET (Companhia de Engenharia e Tráfego), a registrou 51 km de congestionamento às 13h.

De acordo com levantamento do O GLOBO, até agora, a prefeitura da cidade entregou menos da metade dos piscinões prometidos no início da gestão de João Doria e Bruno Covas (PSDB). Eles foram anunciados no fim de 2019, como parte do combate às enchentes.

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