Inspiração

CJ sofreu bullying e agora ajuda escolas em seu distrito na criação de dress code sem gênero

05 • 02 • 2020 às 17:33 Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Os anos de bullying e perseguição não fizeram CJ, de 12 anos, esmorecer ou desistir de sua luta. Pelo contrário: identificado como uma pessoa de “gênero criativo” e não binária, CJ sonha em trabalhar com maquiagem e cabelo, mas cada gesto de ódio que sofreu pareceu insuflar seu espírito para ir além – hoje advogando pelos direitos LGBTQI+ em sua comunidade, assim como pelas pessoas não binárias, uma de suas iniciativas ajudou a tornar mais inclusiva uma série de escolas primárias na região dos EUA onde vive.

“Eu sofri bullying intenso, mas sempre saí mais forte”, conta CJ, em um post que conta com detalhes sua história no site Bored Panda. “Quem pratica bullying não irá me impedir de ser quem eu sou. É importante que as pessoas – incluindo os bulíeis e os haters – me vejam pois precisam saber que existem outras pessoas como eu por aí. Crianças de gênero criativo precisam ver outras crianças como elas”, diz.

Inicialmente CJ ajudou sua escola a se tornar a primeira em seu distrito a adotar um uniforme que fosse neutro em gênero. Com o êxito da empreitada, o projeto tornou-se modelo para todas as escolas no distrito – 26 escolas no total.

E o esforço de CJ não parou por aí: através de uma intensa campanha que capitaneou, agora todo tipo de segregação de gênero deixará de acontecer nas escolas do distrito, incluindo eventos com códigos de vestimenta divididos entre meninos e meninas. “Quanto mais as pessoas me virem, menos ‘diferentes’ nós seremos e mais aceitos. Eu não tenho vergonha de quem sou”, diz CJ. “Se vejo algo que pode fazer a vida melhor e mais fácil para pessoas de gênero criativo, sempre corro atrás. Ajudar as pessoas, praticar a generosidade, é disso que a vida é feita”.

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