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Frio na barriga e ansiedade fazem parte do roteiro de quem anda de avião pela primeira vez. Concordam? No entanto, poucas pessoas atingiram o nível de criatividade do que Cíntia, jovem funcionária de uma agência de publicidade de São Paulo.
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Ela, que é moradora do extremo leste da cidade, ganhou fama nas redes sociais e em nossos corações com um vídeo narrando as aventuras de sua primeira viagem de avião. O Hypeness, claro, conversou com Cíntia, que divide um pouco do que passou por seu coração na ponte aérea Rio-São Paulo.
A tranquilidade de quem sabe que arrasa
“Eu me senti descobrindo uma nova coisa. Experimentando um outro mundo, sabe? Fiquei ligada em todos os momentos, e tudo que rolava ao redor. Me senti uma completa turista. (E era mesmo! haha) Acho que o mais legal foi ver as cidades (SP e Rio) de cima, e ficar confabulando com a minha amiga, como o ser humano é genial por fazer uma coisa tão grande, e cheia de gente, voar no céu!”, diz ela, que teve as andanças filmadas pela amiga, Morgana Ávila.
Cíntia embarcou no aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. A primeira viagem de avião era um compromisso de trabalho no Rio de Janeiro. Aos 26 anos, ela revela ter se emocionado bastante com a oportunidade, mas que não teve medo de estar a 30 mil pés do chão.
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“Por incrível que pareça, eu não senti medo. Acho que a animação de estar vivendo aquilo era extremamente maior (já que era também a primeira vez que saia do estado de SP). Eu senti mais a pressão no momento da decolagem e da aterrissagem, que deram um friozinho na barriga e uma tonteira rápida. Minha amiga [Morgana Ávila] disse que pra uma primeira experiência, eu até que tive sorte haha”.
O simbolismo de uma jovem como Cíntia viajar de avião a trabalho é muito representativo para ser ignorado. Aeroportos, vocês sabem, são espaços majoritariamente brancos. Se por um lado a ascensão social fez crescer a quantidade de pessoas pretas nos aeroportos, o racismo também se intensificou.
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“Olha, tem muitas camadas aí, né? O racismo deixa a gente atrás em formação, preparação, oportunidades e também muito no acesso. Como mulher negra, eu sei que o lazer (que é a mais recorrente quando a gente pensa em andar de avião) é uma das últimas prioridades. Com tantas outras coisas pra conseguir, ter lazer ou viajar não é nem opção para muitos de nós”, pontua Cíntia.
Para se ter ideia da hostilidade provocada pelo preconceito racial, a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) registrou aumento no número de denúncias nos últimos anos.
“Só gente branca”, indagou ela ao entrar no avião
O Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdade (CEERT), afirmou que, em 2012, houve aumento de cerca de 30% nas denúncias de crimes raciais em situações de consumo
Para a publicitária entrevistada pelo Hypeness, a questão é ancestral. “Eu penso na minha mãe, por exemplo, que nunca viajou de avião. E eu só consegui chegar nesse ponto por conta do que ela passou e fez por mim também. E agora, meu desejo é ter essa experiência com ela e minha irmã”.
Quanto ao feito de Cíntia ficam duas reflexões. Primeiro, é urgente que negros e negras tenham o direito de participar ativamente da sociedade e que histórias como esta se tornem regra. O que, em segundo lugar, não nos impede de celebrar e desejar sucesso para esta publicitária paulistana, que aqui pra nós, pode embarcar na carreira de edição de vídeos.
“Queremos mostrar que nós não somos pequenos pro mundo. Tirar essa coisa que o sistema alimenta diariamente, que a gente não deve voar, que não deve crescer, saca? É difícil sim, e vai continuar sendo por um bom tempo, mas somos grandes, capazes e merecemos ter oportunidades e experiências diferentes”.
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