Futuro

Pelo clima, The Guardian proibirá anúncios de empresas de combustível fóssil

04 • 02 • 2020 às 19:18
Atualizada em 04 • 02 • 2020 às 19:20
Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

O grupo inglês Guardian, responsável pela publicação dos jornais The Guardian e The Observer, anunciou que não irá mais aceitar publicidades e propagandas de empresas de gás e petróleo ou qualquer empresa envolvida com extração de combustíveis fósseis. A decisão exclui, portanto, da lista de parceiros e anunciantes dos jornais alguns dos maiores poluentes do mundo, e coloca o Guardian como a primeira grande organização de notícias do planeta a estabelecer esse tipo de posição e proibição.

“Empresas de petróleo e gás se encontram atualmente ao lado das companhias de tabaco como negócios que ameaçam a saúde e o bem-estar de todos no planeta”, diz a nota que anuncia a decisão. “Nossa decisão é baseada nos esforços de muitas décadas desse setor para impedir ações climáticas significativas por governos em todo o mundo”, afirmaram em comunicado conjunto a a executiva-chefe interina da empresa, Anna Bateson, e a diretora financeira, Hamish Nicklin. A decisão é parte de uma série de medidas que a empresa vem tomando a fim de cumprir o plano de neutralizar suas emissões de carbono até 2030.

Segundo as executivas do grupo Guardian, resolver o problema das mudanças climáticas e do impacto ambiental é “o maior desafio de nossos tempos”, e elas esperam que a decisão do grupo inspire outras empresas a tomarem o mesmo rumo – ainda que saibam que a proibição irá impactar fortemente o orçamento das publicações. “O modelo de financiamento para o Guardian – como a maioria das empresas de mídia de alta qualidade – continuará sendo precário nos próximos anos”, disseram. “É certo que a rejeição de alguns anúncios pode tornar nossas vidas um pouco mais difíceis em um curto prazo. No entanto, acreditamos que a construção de uma organização mais objetiva e a manutenção financeira sustentável precisam andar de mãos dadas”. A medida, anunciada esta semana, já está valendo.

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