Futuro

Relatórios mostram a dimensão que o mercado de maconha medicinal pode ter no Brasil

10 • 02 • 2020 às 19:56
Atualizada em 10 • 02 • 2020 às 19:57
Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Regulamentada pela Anvisa no final do ano passado, a liberação da venda de produtos derivados da cannabis para fins medicinais no Brasil representa um primeiro e importante passo para uma grande revolução na saúde e na ciência do país. Mas não só: a abertura significa também o início de um imenso e milionário mercado em potencial. Novos relatórios mostram que quando a regulamentação entrar de fato em operação, milhões de brasileiros poderão ser beneficiados pelo uso do canabidiol – e traduzidos, em termos de consumo, em bilhões de reais.

Mesmo antes da nova regulamentação, com pouca informação e muita dificuldade de acesso, desde 2015 que 6.500 pessoas já haviam se cadastrado na Anvisa para solicitar autorização para importar medicamentos à base de canabidiol. Um levantamento realizado pelo IQVIA Institute for Human Data Science. Instituto de pesquisa para contribuir com o avanço da saúde humana, conclui, no entanto, que os números são radicalmente maiores: de acordo com pesquisa, mais de 1,7 milhões de brasileiros podem ser beneficiados pelos medicamentos feitos de derivados de maconha, para o tratamento de doenças como ansiedade e epilepsia. O Brasil pode se tornar, portanto, o maior mercado da América Latina – onde a mesma pesquisa sugere um potencial de 4,1 milhões de consumidores.

Um outro relatório publicado pelo grupo The Green Hub, a primeira aceleradora de cannabis medicinal no Brasil, o mercado brasileiro pode movimentar cerca de 4,7 bilhões de reais em poucos anos – com o seguinte agravante: tal relatório foi publicado em 2017, antes da nova regulamentação da Anvisa. A liberação do comércio de medicamentos é um passo importante, mas ainda encontra críticas, especialmente por não ser acompanhada da liberação do plantio. De  todo modo, as pesquisas mostram o gigantesco potencial que esse novo mercado possui no Brasil – para a saúde, fisiológica e financeira, do país.

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