Arte

Revolta da Lâmpada questiona como conservadorismo ameaça liberdade corporal

07 • 02 • 2020 às 15:29
Atualizada em 07 • 02 • 2020 às 15:36
Yuri Ferreira
Yuri Ferreira   Redator É jornalista paulistano e quase-cientista social. É formado pela Escola de Jornalismo da Énois e conclui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Já publicou em veículos como The Guardian, The Intercept, UOL, Vice, Carta e hoje atua como redator aqui no Hypeness desde o ano de 2019. Também atua como produtor cultural, estuda programação e tem três gatos.

Depois do bug do milênio e 21 de dezembro de 2012, temos um novo apocalipse no próximo sábado (8). Ou ao menos é nessa condição apocalíptica que a Revolta da Lâmpada – coletivo interseccional de lutas anti LGBTfóbicas – vai para as ruas para fazer ‘o fervo do fim do mundo’.

A Revolta da Lâmpada é um coletivo a(r)tivista que busca lutar pela liberdade corporal, combinando arte e política para promover a libertação dos corpos. Surgido em 2014, o grupo luta pela proteção e liberdade de corpos marginalizados pela sociedade. Observando o crescimento do conservadorismo e sua vitória – especialmente na política – o grupo se utiliza da celebração pública para questionar essa ameaça.

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O coletivo Revolta da Lâmpada vai comemorar a sobrevivência ao fim do mundo amanhã, dia 8

O ‘Fervo do fim do mundo’ promovido pelo grupo busca questionar as medidas conservadoras de várias esferas da gestão pública brasileira, que vem cortando verbas de proteção para mulheres e impedindo novos projetos para a proteção dos LGBT no país. A Revolta da Lâmpada acredita que estamos vivendo no próprio fim do mundo, e que necessário sobreviver a ele.

“Antes a gente lutava era para evitar o fim do mundo, hoje lutamos para sobreviver em meio a ele. Para nós, o fim do mundo já chegou e senta na cadeira presidencial e nos principais gabinetes do país. A precarização do trabalho, da educação e da saúde, a destruição do meio ambiente, a manipulação desonesta da informação, o uso político oportunista da fé, a crescente falta de moradia e infraestrutura básica, a volta da fome, o terrorismo de estado, o genocídio nas periferias e aldeias, a afinidade de nossos governantes e parlamentares com ideais nazi-fascistas, o controle dos corpos, a censura às artes e o incentivo à violência contra a diversidade instauram cenários de fim do mundo para muitas populações”, afirmou o coletivo em nota.

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“Estão convidadas pra estar com a gente as “corpas” dissidentes e sobreviventes para o ato do fim do mundo simbólico”, se posiciona o grupo, convidando a todos para a marcha. O evento vai contar com diversas intervenções artísticas e DJs, comemorando a liberdade das ruas. A concentração do evento acontece na Praça do Ciclista, às 15h. Depois, em marcha, a RDL segue para o ‘Baile do Novo Mundo’, que acontecerá no Largo do Arouche.

Operando há 6 anos, a Revolta da Lâmpada é um coletivo que se reafirma contra as opressões aos corpos. Surgindo como uma resposta ao grupo que agrediu gay com lâmpada na Paulista em 2010, o grupo se usa da arte como instrumento de luta contra a opressão.

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