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SP: cinema de rua na Paulista fecha as portas e cultura da cidade perde

27 • 02 • 2020 às 09:14 Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Localizado no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, o Cinearte completaria 57 anos de atividades em 2020 como um dos mais tradicionais cinemas de rua de São Paulo. No ano passado, porém, a Petrobrás, até então patrocinadora do cinema, decidiu por não renovar o contrato tornou a continuidade impossível para uma verdadeira instituição cultural da cidade.

As portas foram fechadas no último dia 19, depois de uma última exibição do filme sul-coreano  “Parasita”, vencedor do último Oscar de Melhor Filme. O Cinearte funcionava em duas salas, uma com 300 lugares e outra com 100, e nos últimos dias as salas seguiam com pouca frequência do público. O nome do Cinearte mudou diversas vezes ao longo dos anos, de acordo com patrocinadores: Cine Rio, Cine Arte 1, Cine Bombril, Cine Livraria Cultura e, por fim, Cinearte Petrobras.

“Foram 22 anos de várias parcerias que tornaram possível a apresentação de inúmeros filmes independentes, debates, mostras, pré-estreias”, diz Adhemar Oliveira, último administrador das salas, em nota. “Agradecemos a todos que, ao longo desta jornada, estiveram conosco nesta empreitada. Fechamos duas salas, mas não apagamos a crença na diversidade possível no cinema e que nosso lema Democracia na Tela esteja também no nosso cotidiano sempre”. Além de conduzir o Espaço Itáu, Oliveira foi diretor do Cinearte por 22 anos.

São Paulo já teve mais de 300 cinemas de rua funcionando, mas a crise financeira transformou a absoluta maioria deles em estacionamentos ou igrejas – e cerca de 4 mil salas em todo o país, em meados dos anos 1970. Atualmente somente 17% dos cinemas brasileiros não funcionam dentro de shoppings, como um emblema do abandono cultural que assola as pequenas e grandes cidades por todo o país.

 

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© fotos: divulgação



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