Algumas autoridades brasileiras e empresários parecem não estarem ligando para as referências internacionais sobre a epidemia do coronavírus. “Gripezinha” e “resfriadinho” são os termos utilizados por alguns para reduzir o impacto da epidemia que tem colapso os sistemas de saúde europeus e lotado necrotérios e cemitérios na Itália.
Mas diversos comunicadores tem trabalhado para incentivar boas práticas para reduzir o impacto do coronavírus no Brasil. Um deles é o biólogo Átila Iamarino. Pós-doutor pela USP e Yale, o especialista em vírus e em epidemias tem sido uma das principais fontes de divulgação científica sobre os riscos da Covid-19 em nosso país.
Átila Iamarino explica a necessidade de se manter as políticas de distanciamento social para que a epidemia seja devidamente controlada no país
Átila e toda a comunidade científica do país tem defendido a tese de supressão da doença: com a redução da movimentação nas ruas, o número de infectados é reduzido e o sistema de saúde tem capacidade de tratar todas as pessoas que terão casos graves da doença.
“A gente tem o caminho da mitigação e o cenário da supressão. No cenário da mitigação, em que a gente não suprime as pessoas, não mantém elas em casa e deixa mais do que o básico funcionando, pelo menos 1 milhão de mortos até o fim de agosto”, afirmou em uma live.
“Não temos empresas parando, trabalho parando e todo mundo que poderia ser dispensado não está em casa. Nenhum país pode parar serviços essenciais, mas a circulação de pessoas precisa parar. “A gripe comum não pode infectar todas as pessoas, porque parte delas já têm alguma imunidade à gripe. O potencial de pessoas infectáveis por coronavírus é 100%, porque ninguém havia pego até hoje”, explicou.
Jornalista formado na Escola de Jornalismo da Énois. Já publicou em veículos como The Guardian, UOL, The Intercept, VICE, Carta e hoje escreve aqui no Hypeness. No twitter, @porfavorparem.