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Mapa do acolhimento: ação coletiva responde a aumento de violência doméstica na quarentena

16 • 04 • 2020 às 05:08 Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

Criada pelo Mapa do Acolhimento, a campanha Tô Com Elas visa mapear dados de funcionamento da rede pública que presta serviços de enfrentamento à violência contra as mulheres durante a quarentena imposta pelo Coronavírus.

O Tô com Elas prevê a criação de um mapa online georreferenciado com 5 mil serviços públicos em todo o território brasileiro. Serão listados delegacias, centros de referência, defensorias, hospitais de emergência, entre outros locais que podem prestar atendimento às vítimas de violência contra a mulher.

Foram recrutados 500 voluntárias e voluntários. Cada pessoa se comprometeu a entrar em contato com 10 serviços públicos para realização do mapeamento.

Os dados serão compilados pelo Mapa do Acolhimento e divulgados para que as mulheres em situação de risco possam acessá-los de suas casas e se informar sobre os serviços mais próximos em funcionamento durante a quarentena. Como o número de voluntários já foi atingido, a expectativa é que o mapa esteja disponível em breve.

Violência contra a mulher durante quarentena

De acordo com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, foram registradas 1,3 mil queixas de violência doméstica entre os dias 14 e 24 de março. O telefone de denúncias e atendimento à mulher (Disque 180) teve uma alta de 9% nas ocorrências durante o período de isolamento social – no Rio de Janeiro, o aumento foi de 50% nos casos atendidos pela Polícia Militar.

Na China, casos de violência contra a mulher triplicaram em algumas províncias durante a quarentena. Em Paris, as denúncias aumentaram 40% no período de isolamento.

O problema pode ser ainda maior do que o evidenciado pelos números. Com a presença constante do agressor, as vítimas encontram mais dificuldades para denunciar casos de violência doméstica.

Além disso, o aumento repentino das agressões ocorre em um período em que protocolos de atendimento psicológico, jurídico e serviços de enfrentamento à violência contra as mulheres estão adequando seu funcionamento devido à quarentena. O Mapa do Acolhimento visa suprir essa necessidade, mostrando os locais que seguem operativos neste período, permitindo que as denúncias sigam ocorrendo.

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