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Nos Estados Unidos dos anos 60, uma linha telefônica criada pelo artista John Giorno oferecia doses de arte a quem quisesse ouvir. Lançado em 1969, o serviço de “Dial-a-Poem” (algo como “Disque-Poema”) presenteava os ouvintes com a leitura de poemas aleatórios a cada chamada.
A iniciativa consistia em 15 aparelhos de telefone prontos para receber ligações de qualquer parte do país, a qualquer hora do dia. O emaranhado de fios funcionava no próprio apartamento do artista e, embora pareça precário para os dias atuais, poderia ser considerado como alta tecnologia na época.
John Giorno
Em um documentário da BBC, John, que tinha um relacionamento com Andy Warhol, comentou que a ideia surgiu em uma manhã em que se sentia mal, “provavelmente de ressaca ou depois de usar drogas”. Então ele pensou como seria bom se pudesse pegar o telefone e, ao invés de se deparar com uma voz irritada do outro lado da linha, ouvisse apenas poesia.
Da ideia à ação, foi uma questão de tempo. Com a tecnologia disponível na época, John montou uma central que reproduzia gravações de poemas de Patti Smith, John Cage, Allen Ginsberg, William S. Bourroughs, bem como obras de arte sonora, discursos de ativistas e até mesmo uma receita falada de coquetel molotov.
John Giorno e o seu Dial-A-Poem
Adesivos colados em telefones públicos, no metrô ou em cafés divulgavam o projeto aos jovens da época. Em janeiro do ano seguinte, a mensagem chegou ao jornal The New York Times, que publicou uma matéria sobre o Dial-a-Poem. Desde então, as linhas congestionaram. Todos tinham acesso à poesia recitada na palma da mão – em uma época pré-internet.
Artistas do Dial-a-poem em volta de uma mesa
Para o público, o fato de discursos das Panteras Negras se mesclarem com poesias e uma eventual receita de coquetel molotov adicionavam ainda mais interesse ao conteúdo. Entretanto, estes áudios passaram a ser vistos como subversivos pelas famílias da época e as linhas acabaram cortadas.
O serviço foi desativado em 1971, apenas dois anos após o seu surgimento.
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