Ciência

Internação por doença respiratória aumenta e OMS diz que ‘vírus estará conosco por muito tempo’

04 • 05 • 2020 às 10:15
Atualizada em 04 • 05 • 2020 às 19:04
Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Uma nova pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz veio para confirmar aquilo que a lógica e as trágicas evidências tristemente já nos sugeriam: de que os dados oficiais sobre o contágio pelo novo coronavírus no Brasil são significativamente subnotificados – e que o quadro é, em verdade, ainda mais severo e grave. A pesquisa mostra um aumento expressivo nas internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) neste ano, se comparado com a média da última década – que aponta justamente para a situação de baixo controle da pandemia no país.

Sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro © Wikimedia Commons

As SRAGs são, como o nome sugere, doenças respiratórias graves, causadas por vírus, que costumam exigir internação – como o influenza ou, claro, o novo coronavírus. Segundo a Fiocruz, até o dia 04 de abril de 2020 o Brasil havia contabilizado 33,5 mil internações por SRAG, quadro agravado ao extremo diante da média de 3,9 mil casos registrada desde 2010. Os números atuais superam radicalmente até mesmo o ano de 2016, quando o país enfrentou o surto de H1N1, e registrou 10,4 mil casos no mesmo período.

Hospital de campanha para pacientes com Covid-19 no Riocentro, no Rio de Janeiro © Agência Brasil

Segundo especialistas, a pesquisa demonstra não só a subnotificação e o aumento de internações por conta do novo coronavírus, como também a velocidade extrema com que o vírus se espalha. Os epidemiologistas afirmam que não há outra explicação para o aumento no número de internações fora de época e principalmente o aumento expressivo no número de idosos afetados – especialmente diante do desproporcional percentual de testes negativos para outros tipos de gripe – que não a Covid-19. A falta de testagem faz com que sejam notificadas como SRAGs, mas a maioria, segundo especialistas, está mesmo adoecendo e falecendo da Covid-19.

Médico trabalhando com pacientes com Covid-19 © Pixabay

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