A ativista pelos direitos dos animais Luisa Mell diz ter “perdido as contas” de quantas mensagens recebeu denunciando um vídeo publicado nas redes sociais no final de semana. Trata-se do ‘desafio da farinha’, viral da internet em tempos de quarentena, mas feito com cachorros.
A empresária Júlia Claudenari, de Londrina, no Paraná, foi identificada nas imagens, maltratando os próprios cachorros e foi denunciada por Luísa, que entrou em contato com o delegado responsável, já que, por conta da pandemia de Covid-19 não pode ir até a cidade.
O desafio da farinha é uma brincadeira em que uma pessoa faz perguntas (como “quem é o mais bagunceiro?”) e, a depender da resposta, leva o rosto de um dos participantes à farinha de trigo. Nas imagens, os animais aparecem assustados e sem entender o que está acontecendo.
ela já foi presa ? e os cachorros, estão com alguém que saiba amar bicho ? que merda é essa .. olha a cara de perversão dessa mulher ! ela tem prazer em machucar ! https://t.co/IEXwQvNa44
— Paola Carosella ⚡️ (@PaolaCarosella) May 11, 2020
“Esse desafio é extremamente perigoso! Animais podem ter asfixia e pneumonia aspirativa. E podem chegar a óbito”, declarou Luisa por meio de suas redes sociais. Ainda de acordo com a ativista, já foi realizada uma diligência, mas Júlia ainda não foi encontrada pela polícia.
Luisa aproveitou para alertar as pessoas sobre o perigo da brincadeira até para humanos. Apesar de parecer inofensiva, especialistas afirmam que ela pode provocar o surgimento ou agravamento de doenças respiratórias, devido à aspiração de partículas de farinha.
“Ao contrário do que parece, também não é uma brincadeira inocente para humanos: ‘Certamente é ruim. Se a pessoa ainda tomar um susto e inspirar profundamente, pode aspirar farinha para os pulmões. O que pode gerar simples irritações e tosse, mas também, dependendo da quantidade e da sensibilidade da pessoa, pode causar broncoespasmo (como em uma crise de asma). Sem contar que podem haver bactérias e fungos na farinha que, se forem para nos pulmões, podem causar infecções’, palavras do pneumologista que cuidou do meu marido! Ou seja, ninguém mais deve postar tal barbaridade. O que coloca saúde em risco não deve ser estimulado”.
Quem também está no rastro de Júlia é o delegado Matheus Laiola, que tomou notoriedade ao desbaratar uma rinha de cães em Mairiporã, com envolvimento de paranaenses. Ele disse em suas redes sociais que também entrou em contato com a Polícia Civil de Londrina e que um procedimento investigativo já foi instaurado. Ao entrar em contato com a secretaria municipal de Meio Ambiente, soube que os servidores já buscavam a autora do vídeo para resgatar os animais.
Júlia deletou a publicação de suas redes sociais, mas outra páginas já haviam copiado o vídeo. Ela ainda não se pronunciou.
Sua defesa informou que vai se manifestar por meio de nota nesta terça-feira (12) após prestar esclarecimentos à polícia e promete tomar atitudes judiciais contra quem está proferindo ameaças e mensagens de ódio contra a Júlia e seus familiares.
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