Enquanto o governo brasileiro fica em cima do muro diante de uma pandemia que já contaminou mais de 4 milhões de pessoas, um restaurante de São Paulo decidiu fechar as portas antes mesmo que isso fosse decretado. Com o objetivo de proteger seus funcionários, clientes e respectivas famílias, o fechamento, no entanto, não impediu que o Isla Café lutasse na linha de frente. Os sócios Izadora Ribeiro e Marcus Ozi decidiram se unir ao Por Nossa Conta, instituição que arrecada dinheiro para compra de alimentos e produtos de higiene para associações e moradores de rua e criaram a Cozinha de Combate, para alimentar os mais vulneráveis. Se o objetivo inicial era produzir 3 mil marmitas, o sucesso do projeto foi tanto que o Isla decidiu se unir a outros 3 restaurantes e estabeleceu como meta arrecadar R$240mil para produzir 12 mil marmitas.

A chef Izadora Ribeiro e seu marido e sócio – Marcus Ozi
A fase 2 não é apenas uma sequência do projeto, mas um passo maior feito em parceria com outros restaurantes preocupados com o cenário apocalíptico da cidade de São Paulo. A partir de agora, o Cozinha de Combate engloba o Corrutela, do chef Cesar Costa; Cais, dos chefs Adriano de Laurentiis e Guilherme Giraldi; e Pitico, sob a chefia de João Marcelo Gertel. Segundo a chef Izadora, o objetivo é “produzir doze mil marmitas no mês, sendo três mil em cada restaurante”. Para isso, precisarão arrecadar R$240mil até o dia 04 de junho.

Com tantos negócios fechados e centenas de empresas correndo o risco de falir, os chefs buscam criar um novo modelo de negócio que ajude a manter os funcionários e fornecedores ativos durante o período de quarentena e, assim, fomentar a economia, sem necessariamente lucrar. Para ampliar os impactos positivos da ação, o projeto se comprometeu a comprar parte dos insumos do Instituto Ibia, que apoia pequenos
agricultores e tem como objetivo criar um mercado que proporcione autonomia comercial para estes trabalhadores. Isto sem contar que eles estão alimentando aqueles que se encontram em situações muito vulneráveis, os moradores de rua.

As doações serão feitas através do site de financiamento coletivo Abacashi e cada marmita custará R$20. Esse será o valor mínimo para doação, podendo chegar a R$600 para quem quiser e puder alimentar uma pessoa pelo período de um mês.“Com esse valor conseguimos produzir uma comida gostosa e nutricionalmente equilibrada e ainda manter nossos restaurantes vivos”, explica a chef.

As marmitas serão produzidas pelos chefs e suas equipes, cada um em sua cozinha e a instituição Casa Branca de Luz e moradores de rua do centro de São Paulo e Brasilândia, serão os inicialmente contemplados com a iniciativa. As doações sairão de um centro de distribuição criado para a ação, localizado na Barra Funda, que além das marmitas distribuirá produtos de higiene para pessoas em situação de rua. Para doar, basta clicar aqui.

