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A jornalista Aline Midlej, âncora do Jornal das Dez, da Globonews, utilizou sua bancada para falar sobre um episódio de racismo que sofreu no início de sua carreira. Sem citar nomes ou empresas, ela relatou o pedido que um chefe de jornalismo para que ela não usasse seu cabelo natural na frente das câmeras, porque isso não “seria bem assimilado” pelo público.
Aline desabafou no ar contra o racismo que sofreu dentro da redação de uma grande emissora brasileira
À época, Midlej era produtora na Rede Record. Trabalhava por trás das câmeras e acreditava que poderia se tornar âncora. No meio do processo, entretanto, um de seus superiores acreditou que seu cabelo era inadequado para um apresentadora. Ela se recusou a acatar o racismo e iniciou sua trajetória em outra emissora, a Band, que depois a levaria para o maior canal de notícias do Brasil, a Globonews.
– Capa apenas com empreendedores brancos mostra que jornalismo não encara o racismo
“Eu tinha 22 anos. Meu chefe dessa emissora me disse: ‘Aline, eu só acho que a gente precisa mudar algumas coisinhas’. Eu falei: ‘Em que sentido?’. Ele falou: ‘Algumas coisinhas. Você é bonita, você tem presença, sua voz é boa, mas sabe o cabelo? Acho que não vai ser bem assimilado, acho melhor’”, relatou Aline. “Aí eu falei: ‘Então não é aqui que eu vou começar’. E depois eu acabei começando num outro lugar. E a vida dá voltas, né? Depois de poucos anos eu fui chamada pra voltar pra essa emissora e não voltei”, confirmou.
Dá uma olhada no vídeo:
A @alinemidlej contando sobre um episódio racista no começo da sua carreira #EmPauta pic.twitter.com/5ZgieZMrZO
— Ricardo S (@RickSouza) June 3, 2020
A fala de Aline é importante em um jornalismo que ainda tem um grande problema de sub-representação. Um dos principais problemas apontados no início da CNN Brasil era a falta de jornalistas negros. A população brasileira é 55% negra. Entre os jornalistas, são só 23% (5% pretos e 18% pardos), de acordo com os dados do Perfil do Jornalista Brasileiro.
Uma das imagens mais simbólicas sobre o tema aconteceu nessa semana na própria GloboNews. Em um debate sobre a Fundação Palmares, nenhum comentarista negro participou do debate. Depois, a empresa refez a pauta somente com negros, mas isso não apaga o erro e o símbolo disso para a falta de representatividade no jornalismo do Brasil.
A pauta é racismo no Brasil, mas nenhum dos 6 comentaristas sobre o assunto são negros
Uma comunicação mais diversa e menos racista é necessária para poder abordar os problemas raciais que afetam nosso país.
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