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Ao longo dos últimos 139 anos a distância linguística e outras barreiras culturais impediram o mundo de modo geral de conhecer um dos maiores escritores da história da literatura – e, desse modo, um dos melhores e mais importantes romances já escritos. Pois aparentemente o resto do planeta esta finalmente começando a descobrir que um dos grandes gênios da escrita no último século e meio era um homem negro nascido no Rio de Janeiro, onde viveu até o fim da sua vida, em 1908. Uma nova tradução para o inglês de Memórias Póstumas de Brás Cubas, obra-prima publicada por Machado de Assis em 1881, acaba de ser lançada pela editora Penguin com destaque. E melhor: o livro se esgotou em um dia.
Machado em sua juventude
Sites como Amazon e Barnes & Noble davam como esgotado o livro, que foi traduzido por Flora Thomson-DeVeaux e traz prefácio do escritor estadunidense David Eggers, um dia depois de lançado. O título do prefácio, que também foi publicado na revista The New Yorker, dá a medida do impacto: “Redescobrindo um dos melhores livros já escritos”, e nele Eggers não se intimida em declarar Memórias Póstumas como um dos livros “mais espirituosos já escritos”. Já a tradutora, sobre o livro de “um dos maiores autores negros das Américas” (conforme afirma o material de divulgação) se disse “fisgada pela inesperada modernidade e ousadia” da escrita. “Eu não teria dedicado esses anos da minha vida se não tivesse a convicção de que era para traduzir um romance que atravessa épocas”, afirmou Thomson-DeVeaux, que levou cinco anos para concluir o trabalho.
Post no Twitter da tradutora © reprodução
Apesar de até aqui não ter encontrado nem de longe o reconhecimento que merece como um dos melhores e mais radicais romances já escritos, o fato é que Memórias Póstumas – que em inglês seguiu com o título em tradução literal de The Posthumous Memoirs of Brás Cubas – possui uma bela lista de seguidores em língua inglesa: Woody Allen, Susan Sontag, Philip Roth, Allen Ginsberg, John Updike e Salman Rushdie são alguns dos autores que já declaram publicamente sua admiração. O livro já havia sido traduzido outras vezes para o inglês, com especial destaque para versão publicada em 1950 e traduzida por William L. Grossman, que atualmente possui prefácio de Sontag. “Ainda que não seja a primeira, estou grata pela oportunidade de introduzir aos leitores de língua inglesa esse mestre e essa obra-prima”, escreveu Thomson-DeVeaux em seu Twitter. “Se você está procurando descolonizar seu cânone, esse é um ponto incrível para começar”.
Flora Thomson-DeVeaux, nova tradutora de Memórias Póstumas de Brás Cubas
A publicação é parte de uma série de novos lançamento da obra machadiana vertida para o inglês – em 2018, um livro de contos do autor já havia provocado repercussão de crítica e público: Machado é também, afinal, um dos grandes contistas de todos os tempos. Mal sabem eles que outros romances do “Bruxo do Cosme Velho”, como Dom Casmurro, O Alienista, Quincas Borba e Esaú e Jacó também merecem destaque total na prateleira dos maiores, e que sua obra como um todo coloca Joaquim Maria Machado de Assis no patamar de gigantes como Marcel Proust, James Joyce, William Faulkner ou Fyodor Dostoevsky – ou mesmo acima.
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