Inspiração

Mãe surda cria máscara que permite leitura labial e a propagação de sorrisos

04 • 06 • 2020 às 18:14 Gabriela Glette
Gabriela Glette Uma jornalista e produtora de conteúdo que mora na França. Apaixonada por viagens e inquieta por natureza, ela encontrou no nomadismo digital o segredo de sua felicidade, e transforma a saudade que sente da família e amigos em combustível para escrever suas histórias. Gabriela também é fundadora do site Quokka Mag, onde fala apenas sobre coisas boas!

A pandemia do coronavírus também escancara algumas das maiores fragilidades da sociedade, como por exemplo a falta de representatividade e acessibilidade de algumas minorias. Afinal, se hoje centenas de marcas e artesãos estão fabricando suas próprias máscaras, e os deficientes auditivos, ficam como? As máscaras tradicionais tornam impossível para os surdos lerem o que os outros estão dizendo, e foi a partir desta premissa que a designer gráfica Justine Bate, decidiu criar uma máscara com janelas de plástico que permite leitura labial.

máscara para surdos 1

Justine vive em Manchester, Inglaterra e é surda. Ao perceber que a pandemia estava dificultando a comunicação em casa, surgiu a ideia de fabricar sua própria máscara e hoje ela pode conversar normalmente com sua filha Teona, de 10 anos, que também é surda.

máscara para surdos 2

O que ela não esperava é que, ao compartilhar suas máscaras nas redes sociais, receberia centenas de pedidos, afinal, estatísticas mostram que são mais de 300 milhões de surdos no mundo. Preocupada com o fato de Teona ter problemas para se comunicar com seus amigos, Justine está levando mais qualidade de vida à muitas outras pessoas, não apenas sua família.

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O marido de Justine não é surdo, mas utiliza a máscara para poder se comunicar com a filha

De preço acessível, ela está vendendo suas máscaras por 5,99 libras – cerca de 38 reais e o preço inclui embalagem e serviço de entrega. Até hoje já foram mais de 50 vendas, mas muitos pedidos, dos quais ela não está conseguindo dar conta.

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Justine e sua família

Segundo ela, não são apenas famílias de surdos que estão encomendando. Justine também está recebendo muitos pedidos para pessoas com demência e crianças com certos tipos de autismo que têm medo de pessoas que andam por aí com máscaras faciais. Sobre o sucesso inesperado, ela é enfática: “Não se tratava de ganhar dinheiro, mas de fazer algo para nossa filha por tornar sua vida mais fácil”.

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