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A onda de protestos antirracistas iniciada nos EUA após o brutal assassinato de George Floyd por um policial em Minneapolis cruzou os mares e se espalhou por todo o mundo – num processo urgente de revisão não só das políticas e das polícias do planeta, mas também simbólico, dos homenageados com nomes de ruas, edifícios e estátuas. Enquanto em Bristol, na Inglaterra, a estátua do traficante de escravos Edward Colston foi posta ao chão e atirada ao rio pelos manifestantes, na Bélgica um personagem ainda mais abominável também teve sua estátua removida: o sanguinário rei Leopoldo II, que torturou, assassinou e escravizou milhões de pessoas em uma região do Congo.
Leopoldo II da Bélgica © Getty Images
A estátua de Leopoldo II ficava na cidade belga da Antuérpia, e já havia sido vandalizada na semana passada antes de ser retirada após protestos que reuniram milhares de pessoas contra o racismo e os crimes do monarca. Leopoldo II reinou na Bélgica entre 1865 e 1909, mas sua atuação na região conhecida como Congo Belga – que chegou a ser reconhecido como sua propriedade particular – é seu sombrio e sanguinário legado.
Detalhe da estátua removida na Antuérpia © Getty Images
© Getty Images
Após a retirada da estátua – que, de acordo com autoridades, não será reinstalada e será restaurada e se tornará parte do acervo de um museu – um grupo chamado “Vamos reparar a história” exige a retirada de todas as estátuas de Lepoldo II no país. O motivo é tão claro quanto abominável: o extermínio de milhões de congoleses – mas os crimes de Leopoldo II no país da África Central são incontáveis, em um dos mais infames regimes coloniais da história.
Belgian city of Antwerp removes a statue of late King Leopold II – who is said to have reigned over the mass death of 10 million Congolese – after it was graffitied by anti-racism protesters. pic.twitter.com/h975c07xTc
— Al Jazeera English (@AJEnglish) June 9, 2020
O horror provocado pelos mandos de Leopoldo II na gigantesca área que até o início do século XX pertenceu ao rei da Bélgica era tamanho que o processo é hoje apelidado de “Holocausto esquecido”. A exploração do látex, do marfim e a mineração encherem os cofres do rei e patrocinaram o genocídio: empregados que não cumpriam metas tinham os pés e as mãos decepados aos milhões, e as condições de vida eram tão precárias que morriam de fome ou doença os que não morriam assassinados pelo exército. Estupros eram cometidos em massa, e crianças também sofriam amputações.
Exploradores belgas com o marfim das presas de elefantes © Wikimedia Commons
Crianças com as mãos amputadas pelo regime © Getty Images
Missionários ao lado de homens segurando diversas mãos amputadas em 1904 © Wikimedia Commons
Historiadores calculam que mais de 15 milhões de pessoas morreram na região durante o período de Leopoldo II – que morreu negando qualquer conhecimento sobre os ocorridos. Vale lembrar que, enquanto atualmente a Bélgica, que seguiu explorando a região por mais meio século após a morte do rei, possui o 17ª maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo, a República Democrática do Congo está na 176ª posição entre 189 países avaliados.
Leopoldo II utilizava um exército privado de mercenários, chamado Force Publique (FP) para o horror de seu regime © Getty Images
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