Sustentabilidade

Antes e depois: permacultura transforma quintal largado em jardim agroecológico

02 • 07 • 2020 às 12:31 Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Ainda que a maioria das casas nas grandes cidades adorne seus jardins com gramados, poucas árvores e somente alguns arbustos eventuais, todos esses espaços possuem um potencial muito mais vivo, intenso e verde. Foi nesse potencial que a arquiteta Andrea Valencio Pesek decidiu investir, confirmando sua própria máxima de que todo jardim quer, em verdade, ser uma floresta – e no lugar de um jardim mero, Pesek transformou seu espaço verde em um jardim agroecológico pulsando em biodiversidade em plena região metropolitana de São Paulo.

O processo de transformação durou dois anos, a partir da retirada da grama e a construção de um lago feito com jardins de chuva – a retirada libertou o jardim, e uma série de plantas começou a nascer sozinha. Com 250 metros quadrados o jardim foi transformado, nas palavras da própria Pesek, em um “berço de vida”. Dentre as 300 espécies plantadas encontram-se mudas de picão, bertalha, milho, abóbora, dente de leão, feijão, ora pro nobis, tabaco selvagem, gengibre, cúrcuma, mamona, banana, além de muitas ervas e diversas flores.

A arquiteta Andrea Valencio Pesek

O espírito de vida do local é literal: a arquiteta se mudou para o sítio quando do nascimento de sua filha, e lá ela plantou boa parte da alimentação da pequena. Além de arquiteta e permacultora, Pesek é também educadora ambiental, e garante que os jardins agroecológicos são mais ricos e de custo mais baixo – no local ela também realiza vivências para que interessados possam conhecer seu trabalho ambiental.

O lago original, ao centro de seu jardim

Segundo ela, o método não exige um grande espaço – e pode ser realizado até mesmo na varanda de um apartamento. “O jardim está em eterno movimento: vida, morte, vida. Agora estão nascendo árvores nativas: fumo bravo, pau jacaré, embaúbas, cedros, pois as sementes trazidas pelo vento e pelos pássaros encontraram solo fértil e o gramado não mais bloqueia seu desenvolvimento. Este jardim quer ser floresta”, disse, em entrevista ao site Ciclo Vivo.

Uma das vivências realizadas no jardim

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© fotos: arquivo pessoal


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