Futuro

Biotecnologia: conhecer seu DNA para prevenir doenças é o futuro da medicina

16 • 07 • 2020 às 10:26
Atualizada em 24 • 08 • 2020 às 20:22
Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Se a prevenção é sempre o melhor remédio, o futuro da medicina parece estar mesmo escrito em nosso DNA – literalmente. E pelo tanto que o lobby das grandes indústrias farmacêuticas lutam contra a análise genética de doenças congênitas em todo o mundo, esse parece ser potencialmente um serviço que irá transformar o universo dos diagnósticos médicos e, assim, nossa própria saúde. E melhor: trata-se de um serviço que já está disponível no Brasil mas, como quase todo nos lados de cá, ainda restrito à fatia mais abonada da população.

© iStock

A premissa promete algo claro: conhecer nosso DNA é o caminho mais eficaz para conseguirmos antever alguma doença em potencial e, com isso, não só preveni-la diretamente como efetivamente mudar nossos hábitos e mesmo nossas vidas na direção de tal prevenção. Um exemplo concreto: alguém que, através da análise genética, descobre alta propensão ao desenvolvimento no futuro de câncer de pele – podendo chegar a previsões precisas, como de 70% de chance -, pode tanto aumentar a quantidade de consultas médicas em menores intervalos de tempo, quanto avaliar a cobertura de seu plano de saúde a partir de tal prevenção, e até mesmo medidas mais diretas. Foi o que fez, no passado, a atriz Angelina Jolie, ao retirar preventivamente suas mamas por conta de uma alta predisposição ao câncer apontada em sua análise genética.

Dra. Jaqueline Goes © divulgação

A análise genética não se restringe, é claro, ao campo do diagnóstico pessoal: no ano em que o Projeto Genoma completou 30 anos, o Brasil se pôs na vanguarda do combate ao coronavírus através do trabalho liderado pela Dra. Jaqueline Goes, biomédica brasileira, que sequenciou o genoma da Covid-19 em tempo recorde. Um relatório do MIT Technology Reviem confirma que mais de 26 milhões de pessoas já coletaram amostras de saliva ou de células da bochecha para que seus genomas fossem avaliados, e a expectativa para os próximos dois anos é de um grande salto: estima-se que o número passe dos 100 milhões de pessoas avaliando através do DNA seu quadro médico – por vir.

Equipe por trás do Projeto Genoma, em 1990 © divulgação

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