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Brumadinho: Vale é acusada de despejo e barganha de preço de imóveis; 11 pessoas seguem desaparecidas

28 • 07 • 2020 às 18:42 Redação Hypeness
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A Vale estaria desrespeitando acordos feitos com moradores de imóveis ameaçados pela barragem Sul Superior da Mina Gongo Seco, em Minas Gerais. De acordo com informações da rádio Itatiaia, a mineradora estaria oferecendo valores mais baixos do que os assumidos por um termo de compromisso firmado com os proprietários da região. O documento era baseado no termo elaborado após o rompimento das barragens em Brumadinho.

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Nicolson Pedro de Rezende, um dos líderes comunitários das comunidades afetadas, contou à rádio mineira que, no ano passado, foram negociados valores entre a comissão dos moradores e o jurídico da Vale. Entretanto, em dezembro, a empresa passou a oferecer uma proposta menor do que a acordada anteriormente. “As comunidades afetadas estão em uma zona rural, mas a Vale insiste em pagar para essas pessoas o valor urbano, o que diminui em 15% a 20% a proposta”, explica.

A mineradora estaria exigindo uma documentação que comprove a posse dos terrenos mesmo para famílias que já vivem no local há décadas. Os valores oferecidos agora, segundo Nicolson, não dariam para os moradores recomeçarem suas vidas em outro lugar. 

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À rádio, a Vale afirmou que, no mês passado, sete mil pessoas de todas as áreas impactadas pelo acidente foram indenizadas, mas não esclarece os pormenores desse total. A companhia ainda se disse à disposição para buscar soluções para problemas e insatisfações. 

Ato de vandalismo destruiu homenagem a mortos

No último sábado, 25, um homem foi visto destruindo homenagens feitas às vítimas do rompimento. Balões em forma de coração haviam sido colocados em uma praça da cidade. Eles foram pisados e destruídos pelo homem, cuja identidade ainda não foi descoberta. A intervenção foi organizada pela Associação dos Familiares das Vítimas de Brumadinho (Avabrum). 

Em janeiro de 2019, o rompimento das barragens localizadas nos arredores da cidade mineira deixou mais de 259 mortos e 11 desaparecidos. As buscas foram interrompidas no começo do ano em decorrência da pandemia do coronavírus. 

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Foto 1: Getty Images / Foto 2 e 3: Avabrum (Associação dos familiares de vítimas e atingidos pelo rompimento da barragem Mina do Córrego Feijão Brumadinho)


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